segunda-feira, 25 de julho de 2011

Autores da Bíblia . O LIVRO de RUTE.

O livro de Rute é um relato breve e anônimo. Pode ser datado de 1050 a C, no começo da monarquia de Israel. A narrativa do Livro de Rute, tem ocasionado diferentes conclusões quanto ao seu propósito. Os interpretes da Bíblia não têm tido dificuldades em uma análise sobre sua base teológica; O desafio tem sido encontrar um tema central que perpasse todo o texto. A finalidade principal parece incluir a legitimação da monarquia davídica. A primazia de Davi precisava ser reestabelecida, apesar de haver em sua genealogia uma ascendente moabita. Boaz é o modelo para o parente que redime, ao passo que Rute reflete graciosamente o amor fiel de Deus, vinculado à aliança, buscando refúgio sob as asas do Senhor.

Dificuldades de interpretação. As questões no Livro de Rute, têm fascinado os estudiosos, surgindo os elementos enigmáticos da narrativa, gerando dificuldades sobre data e origem do livro. Vasta literatura abordando os enígmas, que terminam, não raramente, com pouco consenso. Este é um dos fenômenos notáveis da pesquisa bíblica, no sentido de que tais debates não produzem qualquer efeito teórico. Esse relato singelo, deixa a indefinição sobre cada geração de leitores.

Nota: Condensado da Biblia de Estudos de Genebra. - Editora Cultura Cristã (S.P.) e Sociedade Bíblica do Brasil (S.P.) - 1999.

domingo, 24 de julho de 2011

AS MARAVILHAS DA BÍBLIA - Fragmentos - 4

Em março de 1522, Lutero terminou a tradução completa do Novo Testamento. Em dezembro do mesmo ano, introduziu a 2ª. edição "melhorada". O Novo Testamento circulava de mão em mão, por toda parte. Gente culta, estudantes, pessoas do povo e camponeses, todos a folheavam tanto quanto lhes permitia a capacidade de leitura. Em qualquer lugar e, em qualquer camada social, o "Testamento de Setembro" era lido com maior sofreguidão, como se fosse a "fonte de todas as verdades" Ao contrário do que sucedeu com a tradução do Novo Testamento, da qual pouco sabemos, pois nem mesmo o manuscrito nos chegou às mãos. As dúvidas aumentavam quando se comparava ao material do Velho Testamento.

Em 1534, Hans Lufft editava pela primeira vez a Bíblia Completa com 1816 páginas. A repercução alcançada por àquela obra, não foi menor do que alcançada pela edição do Novo Testamento. O Salmo 23, difere em alguns detalhes, comparando pela ordem à Bíblia de Mentelin, em relação à Bíblia de Lutero. Os erros e enganos de Lutero, eram constantemente assinalados. Segundo Hieraonymus, foram apontados 1400 erros. Alguns "cooperadores da tradução", atestavam que Hieraonymus, foi comedido ao extremo, pois essas incorreções chegavam a 40.000. Após a morte de Lutero, ainda não havia a Lei da Imprensa, nem a Defesa dos Direitos Autorais. Qualquer pessoa podia reproduzir ou copiar a obra de quisesse. Em alguns países a Bíblia de Lutero não tinha nenhum valor, em razão das diferenças de idiomas. Ao morrer Lutero em 18 de fevereiro de 1546, deixou ao povo a maior dádiva que jamais um alemão fez à sua patria. Ele legou seu idioma e sua Bíblia. Este último presente era, ao mesmo tempo um legado ao mundo inteiro.

Fonte: A maravilhosa História da Bíblia. G.S.Wegener.- Enciclopédia Ibrasa-Instituição Brasileira de Difusão Cultural S.A.- 1977.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

ALCOOLISMO - AMOR - 3/3

A natureza concedeu ao ser animal racional a sublime felicidade que só é possível de ser obtida por meio da prática do amor e da entrega sincera dos seres que, verdadeiramente, se transformam em uma só alma e em um só corpo. Nos momentos antecedentes à obtenção dessa verdadeira união, a pulsação de ambos aumenta de setenta para noventa batidas cardíacas; a pressão sanguínia sobe e o processo respiratório se acelera. É importante salientar que, o cérebro, cuja função é considerada ininterrupta, tem sua sequência paralisada na fração de tempo anterior ao inicioi do orgasmo, até o momento sublime do clímax, voltando então à sua plena normalidade.

Não será possível se esquecer de que ambos passam pelas turbulências da vida com atividades no trabalho e outras atribuições e ameaças de pressão, subordinados a um estado mental de oscilações; esses efeitos deverão ser partilhados no recinto do lar - o último reduto do homem - onde todos os segredos da alma deverão estar expostos em busca do auxílio mútuo. Muitas crises conjugais têm origem em causas externas e alheias ao matrimônio. Problemas com trabalho, economia e projetos não realizados, constituem - se na somatória de fatos que poderão minar a atmosfera de paz e equilíbrio emocional que sempre existiram no âmbito familiar.

Essas situações põem à prova a afetividade entre duas pessoas que se propuseram cumprir a missão espiritual e material estabelecida pela Lei do Matrimônio.

Assim sendo, a admiração e o interesse em compartilhar alegrias e tristezas se constituirão no bálsamo e no milagre doados por Deus, a quem ama e realmente é amado. No conjunto de causas e efeitos, desencontros de há muito instituídos no seio da sociedade, carregam sem dúvida, a comprovação da incapacidade de inúmeros casais para a sublime tarefa de perpetuadores da natureza. Os golpes emocionais deixados no rastro desses confrontos conjugais são os veículos condutores de muitos seres humanos que só conseguem encontrar refrigério com o "alivio" proporcionados por substâncias químicas, notadamente a bebida alcoólica.

" Gosto de você por ter feito por mim , mais do que qualquer doutrina, para que eu fosse realmente feliz" (Paula Diniz) .

Nelson Martins - Autor do livro Alcoolismo e a Vida em Sociedade. Editora Komedi - 2006

terça-feira, 19 de julho de 2011

ALCOOLISMO - AMOR - 2/3

Amor, é afeto à determinada pessoa. Desperta em quem ama o entusiasmo incontido de servir, de agradar e de estar sempre presente. O êxtase do amor verdadeiro só é atingido através da união sexual entre duas pessoas que verdadeiramente se amam, se respeitam e, sobretudo, têm sabedoria para não permitirem que as diferentes reações dos temperamentos se sobreponham ao universo vivido simultaneamente por dois seres humanos.

Nem mesmo a legitimidade do sagrado direito das diferenças de pontos de vista tem o poder de afastar quem realmente ama e que constitui um só espírito.

O respeito e a tolerância entre duas pessoas só serão autênticos e legítimos quando existir um amor incondicional, não havendo lugar para"só faço se você fizer". Motivos ou razões para deixar de amar, ou amar menos, não podem prevalecer.

A capacidade para o exercício do amor entre duas pessoas só poderá ser praticada se existir um sincero respeito mútuo. O fantasma do termo "rotina diária" não existirá e nunca será ameaça para pessoas que nutrem paixão simultanea e que têm conhecimento autêntico dos riscos de um ciúme descabido. Todavia, a plena realização desse sentimento só será obtida pela inteligência e pela magia do amor à cooperação mútua e construtiva. O interesse exigido na solução dos problemas naturais fornece comprovadamente os meios para que a vida seja sadía, segundo os princípios morais e não egoísticos.

O amor sincero a tudo supera e a tudo renova. Não haverá espaço para presunção, orgulho e outros males que, quando aceitos por pessoas que não se amam, transformam-nas em vítimas dos tentáculos da destruição. A capacidade de amar é a maior dádiva que o ser humano recebeu de Deus. A verdadeira força existente entre duas pessoas que estão ligadas pelos mesmos sentimentos e que possuem o elo indestrutível proporcionado pela capacidade de se amarem, constitui a autrêntica força do princípio básico do mandamento,"amarás a teu próximo como a ti mesmo".

Nelson Martins - Autor do livro Alcoolismo e a Vida em Sociedade - Editora Komedi. - 2006

segunda-feira, 18 de julho de 2011

ALCOOLISMO. AMOR. 1/3

Ódio, ciúme, inveja, solidão, teimosia, presunção, perfeccionismo, ressentimentos e outros fenômenos, são inerentes à psique (conjunto gerador da vida mental e que inclui processos conscientes e inconscientes). Assim também o amor que, em torno e dentro do caráter espiritual e moral, constitui o mais brilhante sentimento no interior do homem.

O que verdadeiramente significa o amor? Esse tipo de sentimento tem, durante séculos, sido exaltado nas poesias e nos romances. "Almas gêmeas, o par idêntico, paixão juvenil,etc.", acontecem inicialmente na imaginação. Transcorridos os primeiros anos de vida conjugal, durantre os quais - na maioria das vezes - tudo ocorre como se fosse um prolongamento da lua- de - mel, a atmosfera febril do amor romântico do tempo do namoro, começa a declinar. Em uma de suas obras, Isaac Assimov declarou: "muitas vezes acho que, em determinadas crises matrimoniais, a falta de inteligência de um dos conjuges, ou de ambos, ocasiona o rompimento de um elo importante da sociedade".

E o amor platônico ou o amor ideal, elevando ao máximo grau de amizade, dedicação e afeto absolutos? Existirá na prática? Para os que crêm na Natureza Criacionista, Deus estabeleceu o verdadeiro amor que, posteriormente, os homens deram o nome de "amor platônico".

É sobejamente comprovado que o desamor no seio da humanidade, abriga a raíz de todas as discórdias da sociedade. Seria esse comportamento capaz de promover as intrigas e maledicências, suficentes para produzirem tantos ressentimentos e rancores?

Amor, a única fonte de energia para manter a paz e tornar possível ao ser humano fazer com que, segundo as Leis do Criador, seja entendido pelos seres dotados de razão o verdadeiro sentido da vida.

Amor, afeição profunda entre um homem e uma mulher. O objetivo dessa afeição é formar o conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que resultam e constituem a libido (instinto ou desejo sexual)

Nelson Martins - Autor do livro Alcoolismo e a Vida em Sociedade. Editora Komedi - 2006

domingo, 17 de julho de 2011

As maravilhas da Biblia. Fragmentos - 3

A sequência da transcrição de trechos do livro" A maravilhosa história da Bíblia" de G.S.Wegener, editado pelo Instituto Brasileiro de Difusão Cultural - Ibrasa - São Paulo, 1967,do qual destacam-se as publicações: A espécie humana - O corpo humano - Tudo começou em Babel - Manual da genética humana - Sexo e vida - A maravilhosa história das línguas - Tudo sobre o amor - Revolução Francesa. O autor deste blog, resume tudo o que tem sido divulgado e praticado por várias denominações religiosas, desde que o Catolicismo passou a perder terreno na área Política / Religiosa. Tudo indica que, ao ser humano jamais será dado conhecimento - ao menos em parte - da sublime obra do Criador, visando o benefício de seu maior objetivo - o homem. O que nos é dado a ver claramente, é uma disputa cada vez mais acirrada na busca pela pretensão e do privilégio da "Teoria da Verdade", mesmo à custa do extermínio de seu semelhante, mostrado claramente pelas guerras constantes, sob o argumento absurdo da orígem da desavença de dois cristãos da mesma familiia, e da maledicência de membros de quase todos os credos ditos "religiosos".

O Criador não permitirá que sua criação máxima se aproxime, de uma distância mínima dos mistérios de sua magna obra, nem mesmo de uma insignificante medida do que se poderia chamar "uma minima fração de anos - luz.". Segundo uma publicação evangélica, "O homem em busca de Deus"- de 1990, havia na época, mais de 10.000 denominaçãoes religiosas na face da terra, predominando dentre as mesmas, as de cunho evangélico.

Após as aparições dos Cinco Livros de Moisés - conhecidos como, O pentateuco, e dos Salmos, de Lutero, na Suiça em 1531,as tentativas de escrituras existentes, foram sendo constantemente retocadas.João Calvino, o segundo ícone das Escrituras, cuja existência sucedeu Lutero, criticava as teorias se seu antecessor, conforme o livro " A Igreja do Renascimento e da Reforma Protestante, do autor Daniel Rops, da Academia Francesa, edição de 1962, da Editora Tavares Martins, em língua portuguesa. É pródiga em citar em seus vários capítulos, que Calvino não poupou críticas e, princípios estabelecidos por Lutero, contradizendo teologia bíblica.

Tradutores contemporâneos, a partir de 1530, autoridades eclesiásticas da Boêmia, Eslováquia, Saxônia e Itália e Alemmanha, estabeleceram controvérsias constantes, até que em 1719, em Portugal, foi instituido o Novo Testamento, impresso oficialmente em 1900.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Peculiaridades da Língua Portuguesa. 45.

Absorto = voltado para os próprios pensamentos; distraido, abstraido. Absolvido = dar por inocente, isentar alguém de uma penalidade. Absorvido = consumido aos poucos. puchado para dentro. Abrangente = que envolve. Assoviar = Assobiar. Adimplência = que cumpre seu compromisso de pagar algo. Ascender = mover-se fisicamente para cima; elevar-se em dignidade. Banalidade = condição de quem é insignificante; sem importância. Calote = dívida contraída e não paga. Contexto = conjunto de palavras que contribuem para o significado de uma oração gramatical. Condizente = que está em harmonia, está de acordo. Desforra = reparação de afronta, de ofensa, de desagravo. Descrição = ato de reprodução de texto, oral ou escrio. Discrição = o que não chama a atenção. Descender = nartural de determinada família; de uma geração. Esfoliar = separar por lâminas, ou escamas. Espoliar = desapoderar um pertence alheio; privar alguém de algo por violência. Esquadrinhar = examinar minuciosamente. Extorquir = subtrair algo por ameaça ou violência. Germinar = que germinou por cultivo. Geminada = cada uma de duas casas conjugadas. Improbidade = ato desonesto. Inadimplência = falta de cumprimento de uma obrigação. Jus = prerrogativa legal; impor a alguém uma medida de direito. Lúgubre = relativo à morte; ato funeral. Meretriz = prostituta. Proceloso = tormentoso; tempestuoso. Provir = proceder; ter origem; proceder; derivar. Prover = abaster-se do necessário.Subalterno = que está sob a ordem de outro; cargo inferior. Sobriedade = qualidade de quem é sóbrio; equilibrado. Sóbrio = moderado, contido no comer e beber. Soldanela = espécie de planta da família das prímulas. Usuário = aquele que tem direito de uso, ou desfruta de algo. Usurário = que faz empréstimo com usura; agiota; que explora.






Conceito sobre problemas brasileiros. A miscigenação. 4/4

O homem brasileiro surgiu do caldeamento dessas raças; suas qualidades e defeitos, seus usos e costumes. consolidados pelos séculos. Após completarmos cinco séculos de existência, somos uma Nação jovem, onde o processo miscigenador não sofreu os estancamentos dos preconceitos, aos quais os americanos dos EUA pagam tributo bem pesado, ainda nos dias de hoje. No Brasil, a miscigenação, a tolerância racial do português e a ascenção social de mestiços de talento - como Rebouças e Machado de Assis por exemplo - nos pouparam de enfrentar problemas semelhantes. Gilberto Freire chama de "meta-raça" a principal característica do brasileiro, como tipo nacional de homem. Meta-raça é a superação de uma consciência de raça; pela indiferença a essa situação puramente biológica. Com vários elementos culturais e étnicos, estamos já nos desenvolvendo como um sistema nacional libertado de europeísmos e ianquismos excessivos que possam desprestigiar a imagem que devemos fazer de nós mesmos como Nação e como cultura, situados em espaço tropical e mestiços ou miscigenados em grande parte. Alguns cientistas, como H.F.Blum e N.A. Barnicot, já demonstraram a vantagem que a pele mais escura e os olhos menos claros têm quando expostos à luz do do sol mais intenso do trópico. O mestiço já não é mais considerado uma vergonha para a humanidade, mas, ao contrário, uma antecipação de uma humanidade que venha a ser menos dividida pelas fronteiras étnicas. O professor Arnold Toynbee não vê solução mais satisfatória para os problemas de conflito entre grupos étnicos qua a solução brasileira: A MISCIGENAÇÃO.

domingo, 10 de julho de 2011

Conceito sobre problemas brasileiros. A miscigenação. 3/4

Na fase da expansão da conquista, principal da colonização, temos a irradiação dos núcleos originais de população. Em São Luís e Belém o processo é idêntico ao do Nordeste, embora menor. No interior, a colonização atinge a região de Minas, onde foi descoberto o ouro, aparecendo aí uma grande população mulata. Essa fase se prolonga para a agricultura do café, atingindo o Vale do Paraiba e o Planalto Paulista, havendo aumento da população mulata. O aparecimento de ouro no Centro-Oeste e as Bandeiras vão favorecer o aparecimento do cafuzo. A colonização da Amazônia se inicia com a expansão para o Norte, e a miscigenação aí aconteceu, com base do estabelacimento das missões, entre o branco e o índio. Com a expulsão dos Jesuitas e a retirada das missões, os brancos vão se fixar no litoral, permanecendo nas matas o índio e o mameluco. No sul do Brasil o povoamento resultou; no litoral, de duas correntes brancas, uma espanhola, de Buenos Aires e outra portuguesa, de São VIicente. No interior, na área da campanha gaúcha, houve o encontro do mameluco de orígem lusa e o mestiço de origem espanhola, ambos já miscigenados e ali reunidos na ocupação comum da criação de gado. No final do período colonial, 1818, a nossa população era estimada em: 843.000 brancos; 628.000 mestiços; 259.000 índios civililizados; e 1.887.000 negros, num total 3.6 milhões de habitantes, aproximadamente.Dessa maneira, portugueses, indígenas e negros vieram a participar de uma aventura verdadeiramente maravilhosa e única no mundo, para cuja realização foram eliminadas as divergências tribais e as diferenças entre os vários povos. A dificuldade em determinar a estrutura antropológica dos elementos - branco-negro e índio - que entraram na formação da população, e a influência de cada um deles na constituição do tipo nacional, provém não só da variedade de tipos de cada uma dessas raças, como na distribuição geográfica desses elementos e das diferentes proporções que migraram de uima região para outra. Não houve apenas a mistura de três raças, pois a branca e a negra já estavam cruzadas e recruzadas.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Conceito sobre problemas brasileiros. A miscigenação - 2/4

Nas áreas mineiras o processo se diferenciou, pois o índio havia sido expulso da mineração por ser elemento perturbador, uma vez que não se adaptou ao trabalho sedentário. O trabalho nas minas foi realizado com o negro, e assim houve mais cruzamento entre negros e brancos. Já na região Centro-Oeste, antes da mineração, havia a ocupação das Bandeiras pelos índios e mamelucos, empenhados em atividades de pouca ou nenhuma expressão econômica. A mineração trouxe o negro e o branco, em menor quantidade, devido a problemas de circulação e distância. Findo o período do ouro, os grupos negro e branco regressaram, permanecendo na área apenas o índio, o mameluco e uns poucos representantes negros, empregados no pastoreio e na agricultura de sustentação remanescente.

O fator político. A Coroa nunca colocou obstáculos ao cruzamento, mas estimulou-o para povoar o país. A igreja não combateu a miscigenação; mas sim a licenciosidade, aprovando sempre o cruzamento dentro do casamento, sem muito sucesso, é verdade. A formação étnica pode ser apreciada segundo as fases ou períodos históricos da nossa nacionalidade, ou segundo o tipo predominante de miscigenação em determinada área ou região. Resumindo, ocorreu que, durante o período dos reconhecimentos gerais predominou a indústria extrativa do pau-brasil como atividade econômica, que facilitou o cruzamento do branco com o índio, surgindo assim o primeiro produto da miscigenação no Brasil: o mameluco. A Fundação de São Vicente e Olinda inicia a fase da conquista do território. Em São Vicente a atividade econômica principal era a procura do ouro, seguida da caça ao índio. Houve o cruzamento do branco com o índio. No Nordeste, a cultura canavieira assegura o êxito da colonização, e para sua expansão será a entrada do negro com a mão de obra escrava. Houve aí uma miscigenação intensa e extensa.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Conceito sobre problemas brasileiros. A miscigenação 1/4

Na abordagem feita sobre o Homem Brasileiro, verificamos a formação étnica e cultural, o branco, o índio e por último o negro. Um fator histórico de extrema importância, é o da miscigenação. A extensão e a intensidade do processo de cruzamento racial resultou das características dos grupos étnicos, acima da capacidade da miscigenação desses grupos e da influência sobre eles exercida pelos fatoresm geográficos, políticos e étnicos.

Os grupos étnicos. Os portugueses e espanhóis eram francamente miscíveis, pois eram produto da própria miscigenação na Península Ibérica. Dos invasores, o que mais cruzou foi o francês; os ingleses e holandeses uniram-se aos grupos brancos aqui existentes.

Os negros constituíram o maior grupo e foram, em determinado período, a população predominante, mas se misturaram muito pouco com os indígenas. Os índios não ofereciam resistência à miscigenação. As limitações surgiram devido ao nomadismo do índio e de certa incompreensão - em matéria de propriedade privada, por exemplo - que resultou em choques contra os portugueses. Um aspecto interessante foi a verdadeira simpatia - para a qual não há explicação - dos tupís-guaranis para com os portugueses e dos tupinambás para com os franceses.

A influência da geografia. A geografia do Brasil foi favorável à miscigenação. A área era perfeitamente habitável e não limitou a presença de nenhum grupo étnico no seu interior. O clima também não constituiu obstáculo. Outro elemento geográfico favorável foi a posição do Brasil em relação à África, mercado natural de escravos. A posição, aliada à facilidade de circulação, criou amplas possibilidades para a introdução do negro e para a manutenção desses contingentes na colônia.

O fator econômico. A aproximação dos diferentes grupos para uma determinada atividade econômica favoresceu a misciginação. A atividade extrativa vegetal aproximou o índio e o branco, seja na extração do pau-brasil, seja na busca de drogas do sertão. Na cultura de cana-de-açúcar, foram aproximados o branco, o negro e o índio, principalmente o branco e o índio, de vez que a quantidade de índios que os paulistas entregaram ao Nordeste, superou largamente o efetivo de negros importados da África, Na área canavieira, a miscigenação foi mais intensa e extensa do Brasil: extensa porque abrangeu os três grupos; e intensa porque nas atividades do engenho havia épocas de ociosidade, quando então a miscigenação era extremamente intensificada. De modo geral, a mesma coisa acontecia nas demais áreas agrícolas.