sábado, 6 de março de 2010

Alcoolismo - A degeneração física, demência e loucura - Parte - 1

Está de há muito provado que a eficiência de todas as funções do organismo humano se mostra diminuída após a ingestão de uma dose de álcool, ainda que muito reduzida. O rendimento do trabalho muscular diminui sob o efeito da bebida. Muito embora o indivíduo possa afirmar que o álcool o estimula, o efeito é precisamente o oposto.
O álcool é uma substância cujo efeito é relacionado com o éter, e começa por anestesiar o cérebro. Nesse caminho, começam a ocorrer o distúrbio das funções hepáticas, a irritação da garganta e do aparelho digestivo, que redunda em gastrite alcoólica e na imperfeita assimilação dos alimentos.
Após ser conduzida à corrente sanguínea, a bebida alcoólica chega ao comando cerebral em um espaço de tempo menor de dez minutos. Tanto no bebedor social ou no dependente o que se observa é uma descoordenação da fala, tendo em vista o processo de anestesia da memória. Como parte desse processo, os vasos capilares dos olhos, os lóbulos das orelhas e a das áreas proeminentes da face adquirem uma coloração avermelhada. O hálito exalado, característico do bebedor, é sentido à distância. Cabelos e barba indicam o desleixo que vai se acentuando. Suas opiniões quando expressadas são recebidas com desatenção. Seu circulo familiar é desconsiderado.
A perda dos dentes será cada vez mais notada e suas vestes se transformam em andrajos. A partir desse estágio, passará a conviver com seus companheiros de autoextermínio, com quem se identifica. Nessa escalada de contínua degradação humana repete-se o fenômeno da indigência e da sarjeta.
Do livro, Alcoolismo e a vida em sociedade. Autor Nelson Martins - Editora Komedi - 2006

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