sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

SAÚDE 8 - A bexiga nas lesões da coluna

Continuando nossa conversa sobre as sequelas das lesões medulares, hoje vamos falar sobre as repercussões na bexiga que essa doença pode deixar. Da mesma maneira que acontece com o intestino, a bexiga pode sofrer, com uma atividade contínua e desordenada, que causa perdas urinárias, ou ficar com algum grau de paralisia. O tipo de sequela deixada irá variar conforme a altura e a gravidade da lesão da medula (o sistema nervoso que passa por dentro da coluna vertebral). Por exemplo, nas lesões do osso sacro (na altura do bumbum) é mais comum ocorrer a paralisia do músculo da bexiga, que é conhecida como acontrabilidade detrusora. Nas lesões mais altas, torácicas e cervicais o mais comum é aparecer uma hiperreflexia detrusora, ou seja, a bexiga não consegue segurar praticamente nada de urina, a cada gota de urina produzida, a bexiga se contrai para eliminá-la. Os dois tipos de sequela precisam ser tratados com médico urologista, pois, o funcionamento incorreto da bexiga leva a problemas graves nos rins. A resposta à fisioterapia nesses casos só acontece nas lesões parciais de medula em que haja alguma sensibilidade da região genital. Nos casos em que a lesão é completa o tratamento varia entre medicamentos ou cirurgias que previnem as lesões renais e melhoram a qualidade de vida dos pacientes.
Você tem dúvidas sobre esse tema? Envie um e-mail!

Dra. Ana Luiza Reis

Fisioterapeuta especialista em cancerologia e disfunções do assoalho pélvico.
CREFITO 3 76058 e-mail: reisanaluiza@yahoo.com.br
Centro Médico Indaiatuba II – (19) 3894-5568








quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Alcoolismo - A família desconhecendo a doença do alcoolismo

“Prometo perante DEUS, a igreja e a sociedade, unir-me para sempre a ti para tornarmo-nos um só corpo e uma só alma. Na alegria, na tristeza, na saúde e na doença. Onde você estiver eu lá estarei até que a morte nos separe”.
Segundo os frios e sombrios dados estatísticos, 70% dos divórcios têm motivação no alcoolismo – uma doença progressiva e incurável – atestando que as promessas feitas no altar tendem a ser esquecidas. E mais ainda: é assustadora a quantidade de jovens e adolescentes – 80% - filhos de pais em constantes litígios ou separados. Inconscientemente, essa camada emergente da população estabelece um processo de autoextermínio através da fuga em massa, na busca das drogas, não sem antes – em sua maioria – aumentar o número de crimes de toda ordem.
O que será necessário para ao menos em parte, fazer prevalecer as promessas proferidas diante do altar?
Segundo o princípio do qual “um homem deve plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”, o verdadeiro fundo filosófico da frase carece de um sentido mais autêntico do que seja “TER UM FILHO”. Colocar um descendente no mundo, conforme os prescritos espirituais e morais estabelecidos por DEUS, sendo a perpetuação da espécie humana uma regra básica da Natureza, ter-se-á implícita a qualidade da semente, e que um pai será o eterno devedor do filho. A decisão de uma esposa e mãe (quase 100%) de separar-se do marido alcoólatra implica na quebra brutal das promessas feitas no altar. Os cursilhos religiosos são também facilmente superados conteúdo espiritual, em razão de muitas esposas atormentadas pelas contínuas crises no lar. Ao mesmo tempo começam muitas vezes a ser alvos de parentes próximos, principalmente de seus pais, no sentido da separação. As insistentes sugestões para que a mesma coloque um basta definitivo na permanente crise conjugal, impossível de continuar a ser vivida, colocam em cheque sua já debilitada resistência emocional.
Militantes da área jurídica, ligados a problemas da Vara da Família, são portadores de fatos comprovados em processos de separação de casais, por recomendação e pressão de pais da esposa, e até de seus próprios sogros, ambos visando a “salvaguarda” dos netos.
Em todo esse universo de problemas um só fato é legítimo: a total falta de conhecimento de muitas famílias do que seja o alcoolismo.


Do livro Alcoolismo e a Vida em Sociedade. Autor: Nelson Martins. Editora Komedi- 2006.



RÁDIO NACIONAL de SÃO PAULO - 3

Em razão do hiato entre a data da publicação postalizada em 15 de agosto do corrente, cujo título é Rádio Nacional de São Paulo – 2, se faz necessário um resumo do conteúdo daquela postalização em relação a presente digitação. Naquela oportunidade, enfatizei a importância da decisão assumida, considerando o pleno exercício de minha profissão, iniciada em 1943, tendo permanecido até 1955, portanto, por 13 anos.
Naqueles dias finais de 1955, informei ao Paulo Pires, de quem eu era empregado na oficina de entalhação, de que havia tomado conhecimento de um anúncio recém-publicado no jornal Ultima Hora, em que uma empresa admitia desenhista de publicidade. Paulo Pires, que acompanhava e estimulava meu interesse em iniciar naquela profissão, fora por mim avisado de que, no sábado seguinte, eu iria averiguar a solicitação mencionada no jornal.
Saí de casa por volta das 13 horas no sábado seguinte, rumando para a Rua Sebastião Pereira, no bairro de Santa Cecília. Não fazia ideia daquela localização. A conversa que tive com meu pai dias antes, me ajudaria a chegar àquele ponto da cidade. No trajeto feito desde minha casa, fui novamente repensando na decisão que tomara. Vieram-me à mente algumas dúvidas sobre a decisão que estava prestes a consolidar. Não nego que achava que, ainda poderia desistir daquela empreitada e voltar na segunda-feira para minha bancada de entalhador na oficina do Paulo, aonde meu emprego estava garantido e minha posição profissional muito respeitada, notadamente pelo fato de que meu amadurecimento naquela época havia atingido um nível elevado, com razoável salário, além de estar trabalhando próximo de minha casa, de onde me locomovia de bicicleta.
Entretanto, meu temperamento sanguíneo - até então inconsciente - me impulsionava a seguir na decisão tomada. Andando pela Rua Sebastião Pereira, procurava pelo número 250, (se não houver falha de memória). Notei à distância, certa aglomeração em um ponto daquele logradouro. Surpreso, verifiquei então ser naquele local, o endereço da famosa Rádio Nacional, naquela época, uma das emissoras de maior projeção radiofônica do Brasil, com artistas internacionais consagrados, comediantes famosíssimos, além de proprietária da TV Paulista, canal 5, a mais importante depois da TV Tupi ,a pioneira no Brasil, e TV Globo.
A princípio, tive dúvidas de que fosse ali o local em que, possivelmente estivessem precisando de um desenhista. Naquele momento, lembrei-me de um colega da escola de desenho de propaganda - Waldir Biral- desenhista da não menos famosa Rádio Record, e que tinha em seu quadro de artistas, nomes como o de Adoniran Barbosa, Randal Juliano, Abelardo Barbosa (Chacrinha), além, de, entre outros, da cantora Isaura Garcia.
Lembro-me de uma ocasião em que Waldir convidou-me para uma visita num sábado á tarde para conhecer as instalações da Rádio Record, cujo auditório localisava-se no Largo da Misericórdia, em pleno centro de São Paulo. Na saída, ao tomarmos o elevador, em um andar abaixo, e ao se abrir-se a porta daquele veículo, adentraram Nora Ney, Emilinha Borba, Sérgio Goulart, e Elizete Cardoso; observei que ainda tentaram entrar no elevador Aracy de Almeida e Marlene. Certamente faziam temporada artística na emissora. Confesso que fiquei emocionado em me sentir tão próximo àqueles artistas do Rio de Janeiro.

Na porta da Rádio Nacional, perguntei a um senhor que ordenava o acesso de pessoas àquele local; exibi o recorte do jornal em que era pedido um desenhista. Gentilmente disse-me: você está com sorte; “o Dr.Humberto está aqui hoje; vá por aquele corredor até o final. Vire à esquerda e suba uma escada. Lá em cima, pergunte onde é a sua sala”.
Ao passar por àquele corredor, à esquerda, observei duas grandes portas laterais ao auditório, em cujo interior pessoas se acomodavam nas poltronas, para assistirem ao programa Galera do Nelson programa semanal. Àquele trajeto eu faria por um período de quase três anos.









SAÚDE 7 - O intestino após lesão da coluna.

Na semana anterior conversamos de modo geral sobre as lesões da coluna vertebral, mas, como fica o intestino especificamente? Vimos que cada parte da coluna é responsável por movimentar e fazer funcionar uma região do nosso corpo. O intestino é controlado por fibras nervosas que saem ao nível da chamada transição tóraco-lombar, isto é no final da coluna torácica e início da coluna lombar. Essa parte do sistema nervoso é responsável pelos movimentos peristálticos, ou, o de empurrar os alimentos digeridos até serem eliminados pelo canal do ânus. Conforme a região da coluna lesada aparecerão diferentes complicações intestinais.
Se a lesão da coluna foi em nível lombar ou sacral, provavelmente acontecerá uma paralisia parcial do intestino, e com isso haverá constipação (intestino preso) com perda de fezes. Agora, se a lesão da coluna foi superior à região lombar, corre uma atividade constante e descoordenada do intestino e do esfíncter anal. Essa atividade contínua de ambos, obstrui a saída das fezes e faz com que fiquem retidos no intestino grandes bolos fecais.
Em relação aos tratamentos dessas complicações, existem medicamentos e cirurgias que podem facilitar a eliminação dessas fezes; só um médico especialista pode avaliar qual a melhor opção. A resposta à fisioterapia nesses casos depende da extensão da lesão. Nos casos em que a lesão é parcial e existe alguma sensibilidade na região anal a resposta é favorável.
Lesões totais da coluna tendem a não responder bem aos estímulos elétricos utilizados para o tratamento fisioterapêutico.
Semana que vem falaremos sobre os problemas de bexiga decorrentes da lesão medular.
Se tiver dúvidas, enviem-me um e-mail.

Dra. Ana Luiza Reis

Fisioterapeuta especialista em cancerologia e em disfunções do assoalho pélvico.
CREFITO 3 07658 E-mail: reisanaluiza@yahoo.com.br Centro Médico Indaiatuba II
Fone (19) – 3894-5568

domingo, 13 de dezembro de 2009

SAÚDE 6 - Lesões da Coluna

A nossa coluna se divide em 4 partes: cervical (nuca), torácica ou dorsal , lombar (da cintura até ao bumbum) e sacral (entre a dobra do bumbum). Cada uma dessas partes é responsável por dar função e movimento a uma determinada parte do corpo. Essas informações sobre o controle dos movimentos são transmitidas por nervos que passam pelo “miolo“ dos ossos que formam nossa coluna. Esse miolo tem um nome específico: "forame vertebral", que nada mais é do que um canudo que serve para proteger o nosso sistema nervoso. O sistema nervoso é tão importante, porque é ele o responsável por todas as funções do nosso organismo, a respiração, o batimento do coração, o funcionamento dos intestinos e da bexiga, tudo. Por exemplo, uma parte da nossa respiração é controlada por estruturas que estão bem no início da nuca, quase dentro do crânio. Se essa parte é machucada há uma grande chance de a pessoa precisar de ajuda de aparelhos para respirar. Ainda na nuca, existem nervos que irão controlar os movimentos dos braços e das mãos. Na parte do tórax existem os nervos que controlam os músculos da barriga e das costas. Descendo mais um pouquinho, na coluna lombar e na sacral, passam os nervos que irão movimentar as pernas e os pés. As marcas deixadas por um acidente que tenham lesado a coluna dependem muito de qual parte foi atingida, de quanto tempo passou desde a lesão até o atendimento médico. Em geral, após um grande trauma o sistema nervoso entra em uma fase conhecida como choque; é como se o interruptor dessa região fosse desligado e é uma estratégia que nosso corpo adota para se proteger. Passada essa fase do choque é que pode ser determinado o real tamanho do problema. Após o tratamento médico a fisioterapia é fundamental para o tratamento. São usadas técnicas que evitam problemas de cicatrização e problemas pulmonares, além de exercícios musculares que favorecem que o retorno precoce dos movimentos.
Semana que vem Vamos falar um pouco de como fica a bexiga após essas lesões na coluna. Você tem dúvidas? Envie um e-mail.

Dra.Ana Luiza Reis
Fisioterapeuta especialista em cancerologia e em disfunções do assoalho pélvico.
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CENTRO MÉDICO INDAIATUBA II - (19) 3894-5568

domingo, 6 de dezembro de 2009

Saúde - 5 - Incontinência urinária nas profissionais de enfermagem

Incontinência, é como são chamados os escapes de urina, não importando se é só um pouquinho, molhando somente a roupa íntima, ou toda a calça. Durante a minha especialização era rotina acompanhar os atendimentos médicos dentro da universidade e sempre me chamou a atenção a quantidade de pacientes que contavam ser profissionais de enfermagem. A curiosidade fez com que eu pesquisasse mais sobre o assunto e, para minha surpresa, descobri que o número dessas profissionais acometidas pela perda de urina é realmente alarmante: 27% das profissionais de um hospital da região referiram perda de urina. Esse incômodo que antigamente acometia mulheres mais idosas, preferencialmente após a menopausa, tem incomodado as mulheres cada vês mais cedo! E por que acontece quase com um terço das profissionais de enfermagem? Na mesma pesquisa citada acima se observou que o ritmo de trabalho, muitas vezes faz com que elas não consigam ausentar-se para irem ao banheiro, e que a distância até àquele local é longa. Além disso, o cuidado com os pacientes (banho, transporte) exige muito esforço que se for feito com a bexiga cheia, sem conhecer os músculos que seguram o xixi, irá fatalmente resultar em perdas. Tão alarmante quanto à quantidade de mulheres acometidas pelo problema, é o que essas têm feito para remediar a situação: não tomam líquidos: Isso, além de prejudicar os rins, piora ou causa intestino preso e o esforço para evacuar piora a continência. Fica claro que o problema vira uma bola de neve... Então ai vai uma dica às minhas colegas da área da saúde: os exercícios do assoalho pélvico, ou períneo, são capazes de reverter esse problema e quanto mais precoce o tratamento, mais rápido os resultados aparecem. Na maioria dos casos a cirurgia é evitada com fisioterapia especializada. Ficou alguma dúvida? Mande um e-mail!
Dra. Ana Luiza Reis
Fisioterapeuta especialista em cancerologia e em disfunções do assoalho pélvico.
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Peculiaridades da Língua Portuguesa - 21

Arremedo = imitação deficiente; cópia mal feita. Astrônimos = nomes designativos de astros, planetas. Áulico = o que pertence a uma corte. Blasfêmia = palavra que insulta a divindade; afirmação absurda. Binocular = relativo aos dois olhos. Confraria = associação que funciona sobre principios religiosos. Divergência = diferença de opinião. Espiritualista = o que crê na espiritualidade. Ecumênico = que congrega pessoas de diferentes credos. Fundamentalista = que se ocupa da pesquisa fundamental da ciência. Fórum = edifício do poder judiciário. Foro = direitos, previlégios, imunidades. Garrida = enfeitada, elegante, vistosa. Grumete = graduação mais inferior das forças armadas.Grão-mestre = chefe de ordem religiosa. Homógrafo = cada uma de duas palavras de signifidados diferentes escritas do mesmo modo. Homófono = produtos de sons ou vozes iguais. Incólume = livre de danos; sem ferimentos; inocentado de acusação. Judiciário = referente a justiça; poder judiciário. Judicial = relativo a juizo; que se processa em juizo. Mós = pedra com a qual se espreme azeitonas para extrair azeite. Morfema = vocábulos gramaticais (prepósiçoes, conjunções) . Mitômio = hábito de mentir ou fantasiar desenfreadamente. Nexo = junçao de duas ou mais coisas; vínculo; coerência. Piti = ataque nervoso. Presunçoso = o que se supôe melhor; mais inteligente. Pressuposição = conjectura; suposição. Reverente = o que manifesta respeito; reverência. Subserviência = sujeição à vontade alheia; submissão voluntária. Silo = reservatorio para conservação de cereais. Tabernáculo = local onde são guardados objétos sagrados. Unção = ato de aplicar óleo consagrado; cerimônia religiosa . Vergência = potência. Vigência = o que está em vigor.

Saúde -2 - Dificuldade em controlar a ejaculação.


Se você ou seu parceiro já vivenciaram ou vivenciam esse fato, sabem o tamanho do problema. Essa dificuldade geralmente se inicia nas primeiras relações sexuais ou nas primeiras masturbações, é comum que os jovens tenham certa ansiedade em concluir a relação sexual pela inexperiência ou pelo local em que a relação esteja sendo praticada-de pouca privacidade - em que precisam “acabar logo”. Com isso o homem é treinado para ejacular rápido, e que na vida adulta, em que se espera uma relação sexual mais duradoura e carinhosa o problema começa a incomodar. Anteriormente, era conhecida como ejaculação precoce e havia um tempo definido ou um determinado numero de movimentos sexuais para ser considerado problema, mas como o corpo humano não é uma ciência exata a definição mudou.Hoje é chamada ejaculação rápida e não existe mais um tempo fixo para que seja feito o diagnóstico, basta a queixa de que “eu e / ou minha parceira gostaríamos que a ejaculação demorasse mais para acontecer”. Estabelecido o problema e a causa mais comum, vamos falar um pouquinho sobre as formas de controlá-lo. Uma ou várias vezes seguidas da ocorrência da ejaculação rápida podem fazer com que surjam desavenças entre o casal e ocorra um afastamento da prática sexual, o que só piora o problema. Quando há um problema sexual, evitar a relação piora o quadro, pois contribui para aumentar a ansiedade. Bingo, ejaculação muito rápida! Então, para ajudar seu parceiro ou se ajudar, vocês devem conversar muito sobre a situação e principalmente esclarecer os sentimentos envolvidos no problema, e se o problema for antigo uma terapia pode ajudar a intermediar esse processo. Existe ainda um tratamento específico para o problema utilizando contrações de músculos da região genital. Pense nisso e converse com o seu ou sua parceira. Sexo independe da idade, é saudável! Ficou com dúvida? Envie um e-mail.Dra. Ana Luiza Reis.Fisioterapeuta especialista em cancerologia e disfunções sobre o assoalho pélvico.Crefito 3 76059 E-mail: reisaluiza@yahoo.com.brCentro Médico Indaiatuba II – Fone 3894-5568

Alcoolismo - Dissolução do matrimônio - Parte 2

Segundo o renomado psiquiatra forense Dr. Guido Arturo Palomba-cujas obras literárias são especialmente dirigidas ao exame das complexas distorções e degenerações da família, “não será possível ao ser humano vetar o sagrado direito do pátrio poder, por motivo de enfermidade”. Para o cumprimento dessa Lei da Natureza - continua a eminente autoridade- a família deverá estar preparada.
Observa-se, no gesto dos animais, que dão suas vidas pela sobrevivência de seus filhotes. Mas para a grande maioria dos seres humanos, o total desconhecimento do que seja o alcoolismo deixa-os em flagrante desvantagem em relação aos animais selvagens.
Após ser homologada pela justiça a obrigatoriedade da provisão da pensão alimentícia pela “cabeça” do casal, e não sendo cumprida a sentença, as seguintes prováveis situações poderão fazer parte do chamado “leque de riscos”, dentro do qual enumeraremos as mais comuns: 1. não sendo paga a referida pensão estará decretada a prisão do devedor; 2. a ex- esposa poderá propor por mera liberalidade-em juízo-a desobrigação de parte do ex-marido, o que muitas vezes propicia ao casal a possibilidade de reconciliação objetivando a salvaguarda de caráter emocional dos filhos.
Nessas ocasiões, o espírito de afetividade da mãe fica evidenciado como a mais autêntica prova de amor a seus filhos. Essa decisão, no entanto, terá vários desdobramentos de caráter psicológico. O desenvolvimento dos textos deste tema consiste única e exclusivamente em análises demonstradas pelo comportamento da sociedade nos aspectos das reações de seus componentes.
Os hábitos e preconceitos mantidos pela sociedade mais conservadora têm sofrido modificações de há muito esperadas. As recentes conquistas demonstram uma liberdade de escolhas e decisões em todos os setores, principalmente na família. Entretanto, como na Lei da Física, “a cada ação corresponde uma reação”. Muitos resultados de ações e planos elaborados e colocados em prática denotam carências de ponderação e avaliação. Numa análise superficial, os tempos atuais têm demonstrado resultados preocupantes, notadamente quanto às perspectivas de vida das gerações recém-saidas da adolescência. Os jovens que aguardam seu acesso à convivência adulta têm demonstrado preocupações quanto às oportunidades de trabalho e, mais que isso, quanto à possibilidade de constituição da sua família. Essas preocupações, quando não contidas, poderão causar ansiedade que, por sua vez, suscita a busca de alívio de pressão emocional na bebida alcoólica, em primeira instância.
Seria oportuna a comparação dos resultados de modelos de disciplinas anteriormente colocadas em prática e os padrões recentemente adotados? Seria coerente atribuir-se o vendaval de matrimônios malsucedidos aos modelos atuais de preparo psicológico dos pretendentes à vida conjugal? E como seria considerada por muitos uma análise desapaixonada e fria da atualidade? Em um futuro muito próximo teremos as respostas que já estão claramente delineadas.
As interferências quase sempre prejudiciais de parentes próximos ou distantes tornarão a esposa mais insegura em relação à decisão a ser tomada.
Nelson Martins
Do livro Alcoolismo e a Vida em Sociedade. - Editora Komedi - 2006.