quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Alcoolismo - A família desconhecendo a doença do alcoolismo

“Prometo perante DEUS, a igreja e a sociedade, unir-me para sempre a ti para tornarmo-nos um só corpo e uma só alma. Na alegria, na tristeza, na saúde e na doença. Onde você estiver eu lá estarei até que a morte nos separe”.
Segundo os frios e sombrios dados estatísticos, 70% dos divórcios têm motivação no alcoolismo – uma doença progressiva e incurável – atestando que as promessas feitas no altar tendem a ser esquecidas. E mais ainda: é assustadora a quantidade de jovens e adolescentes – 80% - filhos de pais em constantes litígios ou separados. Inconscientemente, essa camada emergente da população estabelece um processo de autoextermínio através da fuga em massa, na busca das drogas, não sem antes – em sua maioria – aumentar o número de crimes de toda ordem.
O que será necessário para ao menos em parte, fazer prevalecer as promessas proferidas diante do altar?
Segundo o princípio do qual “um homem deve plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”, o verdadeiro fundo filosófico da frase carece de um sentido mais autêntico do que seja “TER UM FILHO”. Colocar um descendente no mundo, conforme os prescritos espirituais e morais estabelecidos por DEUS, sendo a perpetuação da espécie humana uma regra básica da Natureza, ter-se-á implícita a qualidade da semente, e que um pai será o eterno devedor do filho. A decisão de uma esposa e mãe (quase 100%) de separar-se do marido alcoólatra implica na quebra brutal das promessas feitas no altar. Os cursilhos religiosos são também facilmente superados conteúdo espiritual, em razão de muitas esposas atormentadas pelas contínuas crises no lar. Ao mesmo tempo começam muitas vezes a ser alvos de parentes próximos, principalmente de seus pais, no sentido da separação. As insistentes sugestões para que a mesma coloque um basta definitivo na permanente crise conjugal, impossível de continuar a ser vivida, colocam em cheque sua já debilitada resistência emocional.
Militantes da área jurídica, ligados a problemas da Vara da Família, são portadores de fatos comprovados em processos de separação de casais, por recomendação e pressão de pais da esposa, e até de seus próprios sogros, ambos visando a “salvaguarda” dos netos.
Em todo esse universo de problemas um só fato é legítimo: a total falta de conhecimento de muitas famílias do que seja o alcoolismo.


Do livro Alcoolismo e a Vida em Sociedade. Autor: Nelson Martins. Editora Komedi- 2006.



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