quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Conceito sobre problemas brasileiros - O homem- Parte 2/3

Na época do descobrimento, Portugal tinha a população entre um milhão e um milhão e meio de habitantes e estava empenhado na conquistada Índia. Parte da população, que já era pequena, estava em guerra, e a outra parte estava trabalhando para sustentar a guerra, tão distante, e, por isso, tão dificíl. Não sobrava praticamente ninguém para a ocupação de um território recentemente descoberto, a não ser a escória da sociedade portuguesa: degredados, desertores e outros tipos de criminosos, empregados nas primeiras feitorias. Com a criação, em 1548, do Governo Geral, começou a se elevar o nivel social dos povoadores do Brasil, aparecendo então artífices, soldados e ainda degredados, mas réus de pequenos delitos, punidos com a pena do degredo para forçar o povoamento do país novo. Daí por diante, a entrada de portugueses no Brasil cresceu constantemente, particularmente sob o domínio espanhol, época em que grandes levas de espanhóis também aqui chegaram.
Gilberto Freire assinala no português três características que o distiguiram como povo colonizador: miscibilidade, adaptabilidade e mobilidade. A miscibilidade era trazida pelo português de suas origens, e, no Brasil, encontrou amplas possibilidades para praticá-la. A adaptabilidade resultava de ser o clima português mais africano que europeu, favorecendo o novo homem na nova terra. A mobilidade foi adquirida na luta contra os mouros, em que precisava o português aumentar o valor de suas pequenas tropas com a melhoria da velocidade nos ataques e nas retiradas. Além disso, a posição geográfica de Portugal deu-lhe a mobilidade para a navegação oceânica. No Brasil, encontrou uma geografia imensa e agressiva, que precisava dominar com poucos recursos. Assim, observando o índio, aprendeu os processos para vencer as distâncias e para sobreviver na selva.

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