segunda-feira, 18 de abril de 2011

INCRÍVEL ! O QUE A VIDA FAZ...

Por meu temperamento natural, me é extremamente difícil entender coisas fundamentadas em certos místicismos. A transformação da história na vida de um menino, como muitas, a princípio, deixam a marcas do que chamam "destino", da qual não sou adepto. Ary, um garoto de 13 anos, cuja vida de trabalho árduo se iniciara muito precocemente em um lugarejo no interior de uma cidade de Minas Gerais. Ensinado desde tenra idade a tirar algumas poucas cabeças de gado leiteiro do estábulo -sempre às três horas - cuja parca produção de leite se convertia no meio-de-vida de sua numerosa família. Como muitas vezes acontece, o "choque de gerações", com seu pai se fazia presente continuamente. Revoltado com os maus tratos de seu pai, resolveu enfrentá-lo a cada desentendimento. Num daqueles choques, seu progenitor sentenciou: "não quero mais saber de você nesta casa; pegue suas coisas e vá embora!" Na manhã seguinte, às três horas, portando uma pequena mochila de pano, deixou sua casa, não sem antes ser interpelado por seu pai: "onde vai moleque?"- Vou embora, conforme o senhor me disse ontem.


Perecorrendo um longo caminho, Ary chegou a uma estrada. Avistou um caminhão que se aproximava. Pediu carona, ignorando o destino do motorista."Só tem lugar em cima das melancias". Após muitas horas de viagem, disse-lhe o motorista: "já chegamos; pode descer menino" Ary estava defronte ao Mercado Municipal de São Paulo. Aturdido pelo grande movimento, principalmente de bondes, assustado e sem saber para onde poderia ir, resolveu embarcar em um dos coletivos, cujo itinerário indicava: Penha. Sem ter ideia do que iria acontecer, sentou-se ao lado de uma prostituta. Ao que comumente chamam de "destino", algo lhe estaria lhe sendo favorável. Provavelmente, não faria ideia das atividades daquela mulher. Inquirido, Ary contou-lhe contou-lhe sua desdita, sendo convidado a pernoitar em sua casa. Dia seguinte, ainda portando sua mochila, a mulher lhe dera algumas moedas e um pequeno pedaço de papel, com o nome de alguém para ser procurado pelo menino. Assim, dirigiu-se aos estudios da Rádio Tupy, no Bairro do Sumaré. No mesmo dia iniciou suas funções na limpeza, contínuo e todo trabalho que lhe fora atribuido. Analfabeto, começou a conviver em um meio de artistas de rádio - novelas, naturalmente mais desenvolvido. Na ocasião, o proprietario das emissoras das rádios Tupy-Difusora e da rede de jornais dos Diários Associados, Assis Chateaubriand, já planejava fundar a primeira emissora de televisão brasileira. Assim, o jovem Ary começou a aproveitar as oportunidades nos meios artístistico da Radio Tupy. Entrementes, mantinha contatos com sua mãe em sua cidade, em Minas Gerais. Nesse ínterim, chegavam no Porto de Santos,os primeiros equipamentos para a primeira emissora de televisão do Brasil. Na ocasião, não havia material humano e técnico na Rádio Tupy. Formou-se um mutirão de funcionários de todos os níveis daquela empresa para a retirada dos aparelhos no Porto de Santos. Ary estava no mutirão. Dermival Costa Lima, diretor de novelas radiofônicas ,assumiu o papel de Diretor Artístico da TV. Submetido a testes feitos ao grande movimento das pessoas disponíveis, Ary foi ganhando espaço. Existia entretanto um problema: o jovem foi intimado a conseguir um nome artítistico. Em novo contato com sua mãe, praticante do espiritismo, Ary recebeu a indicação de um nome, cuja mediunidade fazia parte de seus "contatos mediúnicos". Este blog, cujo tema foi extraídio de uma antiga entrevista estampada nas páginas amarelas da revista Veja. A mesma matéria foi repetida em uma entrevista concedida à uma emissora de televisão do Paraná. Destaco neste blog, os seguintes pontos preponderantes na transformação na vida de uma pessoa: a intransigência de um pai; o motorista que transportava melancias; a prostituta. Ressalte-se a definição dada nas duas reportagens ao final. Quando perguntado pelos entrevistadores como se completaria a visão de sua vida, após sua imensa fama, fortuna , trestígio artistico e todas as conquistas obtidas, a sua resposta: "se me fosse possível encontrar o caminhão de melancias voltando para minha humilde cidade no interior de Minas Gerais, pediria uma carona". O nome artistico deste personagem: LIMA DUARTE.

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