domingo, 16 de dezembro de 2012

HOMICIDAS, ESTUPRADORES E ALZHEIMER.


Sérgio Rigonatti, psiquiatra da USP, conviveu no Carandiru por quase quase  três anos, para desvendar a mente de homicidas e estupradores. A conclusão de seu trabalho foi surpreendente diante o senso comum: nenhum dos cem presos analisados por ele apresentou doença mental. E o que então há de comum ente eles? 80 % usavam drogas,  sobressaindo-se a maconha consumida por 64% dos homicidas estupradores. O estudo que seria apresentado em um curso de psiquiatria forense não refletia a realidade dos fatos quanto a origem invocada pelo colunista, tendo em vista o posicionamento da própria psiquiatria forense referente às causas de tais comportamentos, diretamente ligados à distorções familiares, em sua maioria,  relacionadas à transferência do código genético, e o comportamento nocivo de boa parte da sociedade.

Um homem em idade avançada, veio à Clínica para um curativo na mão direita. Estava apressado, dizendo-se atrasado para um compromisso e enquanto o tratava perguntei-lhe do motivo de sua pressa. “Preciso ir ao asilo de anciãos para, como todos os dias, tomar café com minha mulher; ela está internada há algum tempo com Alzheimer em estágio bastante avançado. Há cinco anos não me reconhece.” Estranhando, lhe perguntei:- Mas, se ela não sabe quem é o senhor, porque essa necessidade de estar com ela todas as manhãs? Ele sorriu e, dando-me uma palmadinha na mão disse: - É! Ela não sabe quem eu sou, mas, contudo, eu sei muito bem quem ela é. O verdadeiro amor não se reduz nem ao físico nem ao romântico. O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é, do que foi, do que será... e já do que não é.

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