sábado, 7 de novembro de 2015

Educação de base. 2 ( Final)

Em matéria de iniciativas religiosas, tivemos duas: o Movimento de Educação de Base, católico, em 1961, que atuou com escolas radiofônicas com recepção no meio rural. Em 1963, já havia alcançado 15 Estados. Em 1968 o MEB recebeu o prêmio Reza Pahlevi, da ONU. Por falta de recursos, acabou encerrando o trabalho em 1970. O outro foi um movimento de origem protestante, a Cruzada ABC (Ação Básica Cristã), que funcionou com orientação e dinheiro norte-americano e converteu-se logo no mais importante movimento do País. Entretanto o organismo que teve sucesso, devido ao planejamento e verbas, foi o MOBRAL, Movimento Brasileiro de Alfabetização, criado em 1967, mas que praticamente não funcionou por falta de verbas, até o Decreto 1.124, de 8 de novembro de 1970, que assinalou a segunda fase do Movimento. Tendo fontes de recursos bem definidas: 24 % da renda líquida da Loteria Esportiva e 1% do imposto de renda das pessoas jurídicas, pode o MOBRAL desenvolver-se. O MOBRAL dependia fundamentalmente do imposto de renda devido pelas empresas e, portanto sua capacidade de arrecadação junto às mesmas, conforme o Decreto Lei nº 1.144/77. O MOBRAL conseguiu criar postos em todos os municípios brasileiros, onde verdadeiros agentes eram as Comissões Municipais, a quem o Movimento entregava o material didático e as verbas para o pagamento dos professores. Até 1975 já havia alfabetizado cerca de 8,5 milhões de pessoas e até 1984 cerca de 15,5 milhões. Um problema que surgiu foi a falta de continuidade do ensino, o que pode tornar uma pessoa, dentro de alguns meses, novamente analfabeta, por falta de uso do que aprendeu. O Programa Básico do MOBRAL era a alfabetização funcional como preparação de aprendizagem e semiqualificação e era dividido em três cursos: alfabetização, fixação de aprendizagem e recuperação ou extensão. Em 25 de novembro de 1985 o MOBRAL foi extinto e o Governo da Nova República criou a Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos – Fundação EDUCAR – que tinha os mesmos recursos do MOBRAL. Além da alfabetização, os alunos do EDUCAR deveriam ter a mesma carga de instrução das quatro primeiras séries do 1º grau. Técnicas do Banco Mundial disseram que o Plano é abrangente demais e que não define algumas prioridades, além de não prever mecanismos capazes de avaliar os seus resultados. E o Ministro da Educação declarou que a alfabetização não é prioridade na sua gestão.
Fonte: Do Livro Estudos dos Problemas Brasileiros.

               Autor: Cel. Enjolras José de Castro Camargo – 1992.

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