sábado, 24 de julho de 2010

Alcoolismo - Recaídas - Parte -2

Até que o quadro da recaída seja percebido por familiares, suas espectativas crescem de forma inacreditável. Esse clima de otimismo e de mudanças do ambiente familiar é enorme quando o fato é inusitado. Entretanto, no íntimo do dependente é travada verdadeira batalha emocional prestes a ser percebida por pessoas próximas. Começam a ser notadas modificações em seu humor; sua respiração fica ofegante e suas manifestações verbais tornam-se ríspidas. Sua explosão física e mental é iminente; talvez em horas ou dias ocorrerá uma crise, cujas proporções melhor não serem vividas pela família.
Nunca foi possível à psiquiatria estabelecer o período de abstinência quando este ocorre. Alguns especialistas chegam a admitir que as famílias nunca deveriam almejar de forma honesta, salvo total desconhecimento do assunto, a recuperação do alcoólatra. É importante ressaltar que a abstinência no alcoolismo provoca uma imperiosa e compulsória reposição da bebida alcoólica no organismo, em quantidades muito maiores do que às normalmente ingeridas, até que tenha sido satisfeito o limite de sua necessidade orgânica.
O episódio da recaída, considerado normal para familiares que conhecem as consequências da dependência alcoólica, nunca deveria criar expectativas de recuperação da saúde do alcoólatra compulsivo, pois, como citado no prefácio do livro Alcoólicos Anonimos - edição de 1994, (Dr. William D. Silkwort) o alcoolismo é uma enfermidade de caráter emocional, progressiva e incurável.
Do livro O Alcoolismo e a Vida em Sociedade. Autor: Nelson Martins - Editora Komedi - 2006

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