Há alguns anos, a revista Veja publicou uma reportagem enfatizando acontecimentos que na época, abordava casos de exploração econômica por parte de alguns médicos. Acontecimentos comprometedores eram corriqueiros e veiculados até pela televisão. A apresentação da matéria na capa da revista, foi simbolizada por um cifrão envolto pelos cabos de um estetoscópio, em clara alusão à ganância desenfreada. Quase fui vítima de um cirurgião ortopedista, cuja prática desonesta pautava pela conivência com fornecedores de materiais cirúrgicos, muitas vezes desnecessários a alguns pacientes, como em meu caso.
A título ilustrativo, a revista Veja inseriu em uma daquelas reportagens, um caso provavelmente ocorrido em uma cidade do interior de algum estado brasileiro, e no qual, um médico coordenaria um congresso de medicina no exterior. Reunindo-se ao seu filho, também médico, recém-formado, delegou-lhe os cuidados aos seus pacientes, no período de sua ausência. Ao retornar, inteirou-se com seu substituto, dos fatos relativos ao período do congresso. Dentre as demonstrações de euforia pelo trabalho realizado, em dado momento o filho exultou-se dizendo: "pai, consegui curar àquela senhora da coceirinha no ouvido". - E o que você fez? "Foi simples; retirei uma pequena porção de cera de seu ouvido, removendo a pulga que estava presa à secreção"- Seu idiota! Como você acha que eu consegui formar você em medicina?
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