segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O BEBEDOR SOCIAL e o BEBEDOR DEPENDENTE - Parte 1

O que estabelece a diferença entre o bebedor social e o bebedor dependente é o limite de tolerância do organismo ao álcool. Um tipo de bebida não embriaga mais ou embriaga menos quem a ingere.
Os vários processos de fabricação de bebidas, cujo elemento ativo é o álcool, não alteram os níveis de predominância alcoólica, a não ser pela quantidade ingerida.
O vinho e a cerveja – as mais comuns bebidas fermentadas; o conhaque, o uísque, a aguardente de cana etc., que compõem algumas das bebidas fabricadas pelo processo de destilação, oferecem ao usuário os mesmos perigos à saúde.
Bom número de pessoas, principalmente os bebedores sociais, defende a teoria da necessidade de certa porção de álcool no organismo humano, afirmando que uma taça de vinho nas refeições básicas equilibra a circulação da corrente sanguínea. O desconhecimento de que determinados alimentos naturais como a batata, o arroz, beterraba, cana-de-açúcar, uva, etc., contêm quantidades adequadas de álcool, úteis ao organismo levam a essa crença, até mesmo como algo que justifique seus hábitos.
Conforme afirmações de médicos da área da gastroenterologia, as quantidades normais de álcool contidas nos alimentos, se industrializados com a finalidade de produção de bebida alcoólica por processos de fermentação ou de destilação, elevam-se a números absurdamente maiores.
A interpretação dos bebedores sociais quanto à melhora da saúde pelo consumo de goles de vinho ou outra substância etílica deveria ser reelaborada, buscando-se medicamentos adequados receitados por autoridades médicas.
Entre as consequências do uso exagerado de bebidas alcoólicas, minando inicialmente sua saúde, o usuário passa a conviver com episódios sombrios em sua vida social. As perdas morais são seguidas de prejuízos materiais.
Sendo chefe de família, sua autoridade como tal começa a decrescer. Sente que sua condição de esposo e pai vai ficando abalada. As reprimendas e admoestações tornam-se cada vez mais freqüentes. Desse ponto em diante, o conhecido argumento “ aqui não falta nada” soma-se ao tradicional “vou parar de beber quando eu quiser”.
Do livro Alcollismo e a Vida em Sociedade. - Nelson Martins - 2006

Nenhum comentário:

Postar um comentário