domingo, 16 de agosto de 2009

O BEBEDOR SOCIAL e o BEBEDOR DEPENDENTE - Parte 2

Paralelamente, a avalanche de compromissos não saldados aumenta; as faltas ao trabalho são cada vez mais constantes. Nesse ponto os familiares, notadamente a esposa, tornam-se cúmplices das desculpas mentirosas dirigidas ao empregador e aos credores, iniciando-se uma das fases mais perigosas em todo o processo do alcoolismo.
A dúvida, para a enorme camada de leigos em alcoolismo, reside exatamente na seguinte questão: como saber quando o bebedor social se transfere do grupo de bebedores comuns para o grupo de dependentes do alcoolismo? Eis a resposta definitiva: ao primeiro sinal das turbulências acima citadas, fica consagrada a dependência alcoólica. É importante também assinalar que pessoas não alcoólatras deixam de cumprir seus compromissos sociais.
A sequência de fatos tristes não termina em razão da compulsividade à bebida. Ao primeiro sinal da fase de acontecimentos dessa ordem estará definitivamente instalada a dependência da bebida alcoólica. Os próximos episódios convergirão para o pior acontecimento da vida matrimonial: o desmoronamento de um lar. Na sequência, o que resta de uma família serão os processos litigiosos.
O afastamento de parentes próximos ou distantes e quaisquer outros tipos de “ajuda moral” serão na maioria das vezes totalmente inócuos.
Para a maioria dos casos de alcoolismo, algumas evidências se tornaram patentes:
1- O alcoólatra tem em seu interior mágoas e ressentimentos de épocas passadas.
2- A falta de conhecimento da doença do alcoolismo, por pessoas próximas, concorre para a aceleração da enfermidade.
3- O primeiro gole dado por um bebedor social é o início do alcoolismo.

Nelson Martins – Autor do livro Alcoolismo e a Vida em Sociedade. Editora Komedi-2006

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