domingo, 14 de fevereiro de 2010

RÁDIO NACIONAL de SÃO PAULO - Parte - 7

Na terça-feira, meu primeiro dia nas funções de Desenhista na Rádio Nacional, cheguei ao centro da cidade, ainda tentando me familiarizar com o trajeto para chegar ao meu novo local de trabalho. Caminhei pela Avenida Duque de Caxias até atingir a Rua Sebastião Pereira, em meu novo emprego. Na porta da Rádio Nacional, deparei-me com o senhor Nelson, a mesma pessoa que havia me recebido quando apresentei o anúncio do jornal. Dias após, soube que o senhor Nelson era funcionário da Polícia Civil de São Paulo.
Ao chegar ao local aonde fui recebido pela pessoa que havia me admitido, não havia ninguém naquele momento. Lembro-me que faltavam dez minutos para as nove horas. Cheguei até a mesa de aço que me havia sido mostrada pelo doutor Humberto. Coloquei na gaveta, minha pequena mala na qual trouxera meu almoço. Observei afixada na parede, uma relação a mim dirigida, com os itens do trabalho que deveria executar naquele dia. Do grande armário de aço, retirei alguns cartazes produzidos por meu antecessor. Pela escala feita por meu chefe, seria levado ao ar, à noite, um programa de auditório, cujo título era “Vai levando...”, produzido por Francisco Anízio. Não dei nenhuma importância para o nome do produtor daquele programa. Não imaginei que, futuramente, seria referente ao que foi considerado um dos maiores autores de programas cômicos de todos os tempos da televisão brasileira: Chico Anízio. Enquanto me concentrava na relação das tarefas a mim atribuídas, minha atenção foi chamada pelo enorme ruído das máquinas de datilografia vindo da sala ao lado. Naquele local eram produzidos os “scripts” (textos) de todas as falas proferidas aos microfones da emissora durante as programações. Entre a diversificação das vozes proferidas naquela sala, distingui a presença da pessoa por quem fui atendido quando me foi informada a localização da sala do Dr. Humberto. Soube chamar-se Mourão, excelente pessoa com quem me relacionaria no trabalho. Todas as salas eram separadas por paredes de madeira com altura aproximada de 2,5 metros. Daquele local, comecei a partilhar de um novo mundo de trabalho. Em minha vida particular era ouvinte da Rádio Nacional e da Rádio Gazeta, Assim, conhecia nominalmente vários participantes artísticos e que viriam a ser meus colegas de trabalho. Lamparina, um jovem rapaz de cor, 17 anos de idade, alto, era o secretário e participante do programa do não menos famoso radialista esportivo do Rio de Janeiro, Jayme Moreira Filho, apresentador do consagrado programa de calouros “A hora do pato” de grande audiência no horário dos domingos à noite. Badico, outrora famoso violinista cômico, que mudava a posição de seu instrumento enquanto executava uma peça musical. Perdera repentinamente a faculdade de audição; atuava também como datilógrafo. Terezinha, uma jovem senhora, exímia datilógrafa vencera um concurso de rapidez em suas funções profissionais, conseguindo a marca de 150 palavras por minuto, nas antigas máquinas Remington
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