segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

RÁDIO NACIONAL de SÃO PAULO - Parte 8

Naquela tarde de terça-feira, conheci Dalmo Pessoa, que conforme o doutor Humberto, seria meu supervisor profissional. Notei nos primeiros momentos de nosso contato, certa empatia, o que para mim seria de extrema importância, pois, necessitava de toda a ajuda possível no início de minha nova carreira profissional. Enquanto trocávamos as primeiras informações pessoais, Dalmo disse-me trabalhar como desenhista no jornal Folha da Manhã. Certamente, no dia anterior, Humberto (como passei a chamá-lo, por sugestão de Dalmo) já havia explicado sobre meu noviciado na profissão. Provavelmente, minha modéstia tenha contribuído para o clima de camaradagem que passara a existir. Em meus primeiros movimentos, meu natural dinamismo, talvez tenha se manifestado, chamando as atenções de Humberto e Dalmo; passei a notar que, indiretamente, me fora insinuado para trabalhar com mais calma, pela demora das informações que pedia ao meu supervisor, além do natural clima de aparente desobediência de postura disciplinar que eu notava no trabalho nas salas contíguas. A troca da programação que fazia no saguão de entrada da rádio, preenchia todo meu tempo da parte da manhã.
Estava sendo apresentado em uma determinada noite da semana, um programa de televisão cujo título era “Intimidade” e que tinha grande audiência de público. Participavam quatro artistas de renome da O.V.C. (Organização Victor Costa), dentre os quais o famoso Walter Forster, dono de uma das melhores vozes do radio-teatro da época. Na manhã seguinte, observei em minha ordem de trabalho, a seguinte solicitação: "fazer desenho para clichê do programa Intimidade”. Desenho para clichê, destina-se à publicação de propaganda impressa em jornais, revistas, etc. Entendi que a incumbência serviria para que minha capacidade naquele tipo de trabalho fosse colocada à prova. Durante meu período de escola de desenho, aquela tarefa tinha elevada consideração por parte de meu professor, Vasco Zan, de saudosa memória. Realmente, meu primeiro trabalho foi do agrado de Dalmo e de Humberto, além de ser o primeiro de uma série dos muitos semelhantes. Fiquei intimamente emocionado quando vi meu primeiro trabalho publicado no jornal Último Hora, periódico de grande tiragem no Brasil.
Comecei a ficar inebriado com a presença de artistas em minha sala. Muito dos quais, outrora conhecera ouvindo suas vozes pelo rádio; passei a vê-los em contato comigo, como colegas de trabalho. Ronald Golias, Hebe Camargo, e tantos outros de maior ou menor expressão. Em um determinado final de semana, levei várias fotos para casa, pois, mostraria às visitas de parentes que costumeiramente recebia em minha casa.

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