terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

RÁDIO NACIONAL de SÃO PAULO - Parte - 9

O hábito de conviver com pessoas públicas, foi se tornando corriqueiro. Na segunda semana seguinte à minha admissão, Humberto contratou um novo funcionário para o Departamento de Divulgação: Alexandre Kadunc, recém - formado em jornalismo pela PUC de São Paulo. Descendente de iugoslavos, pertencente à parte elevada da sociedade. Nagib Allit, fotógrafo profissional, completaria o quadro de funcionários chefiado por Humberto de Campos Filho. Caberia a Alexandre recepcionar os artistas estrangeiros que estavam sendo contratados pela O.V.C. Certa vez, Kadunc foi ao aeroporto receber o famoso cantor colombiano, de grande prestígio internacional, Gregório Barrios, intérprete de famosos boleros em evidência radiofônica em vários paises, nos anos 45 / 60. Ao adentrar a sala de meu departamento, senti certa importância ao cumprimentar Gregório Barrios, por ser apreciador de suas interpretações. Minutos depois, lembrei-me de meus antigos colegas de trabalho das fábricas de móveis. Em uma simples e despretensiosa comparação, considerei aquele artista, como um colega de trabalho. Outros, tais como, Edu da Gaita que para meus contemporâneos, foi um virtuose na execução de músicas clássicas tocadas em sua gaita de boca. Hélio Souto, Anselmo Duarte, Lyris Casttelani, bailarina de música clássica, e de atributos físicos incomuns que lhe valeram na época, aparições em capas de revistas, Lps e de livros. Por minhas funções, contraí amizades com personalidades artísticas como Manoel da Nóbrega, Sarita Campos, diretora artística de novelas, de rádio e tv. Aquela sequência foi coroada com a contratação da renomada cantora francesa, Edith Piaff. Sua chegada à O.V.C., ensejou importante reportagem feita em meu departamento pela Revista PN, direcionada aos meios de propaganda e divulgação artísticas em todo o país. Tenho guardado o exemplar datado de 20 de junho de 1957, em que meus colegas e eu fomos alvos de referências especiais, além de fotos tiradas durante nossas atividades. Talvez, o fato de maior significado para mim, enquanto funcionário da Rádio Nacional, tenha sido meu longo relacionamento com Sílvio Santos. No primeiro trimestre de 1956, Sílvio Santos chegou á Rádio Nacional, como locutor comercial (o que só atua nos estúdios internos), descendente de família árabe, nascido no Rio de Janeiro e que participara de um concurso para locutores, sendo classificado em segundo lugar dentro de um grupo de vários candidatos. O concorrente premiado, fora José Vasconcelos. Segundo fontes de informações, Sílvio Santos atuara como camelô nas praças públicas daquele estado vizinho. Seu dinamismo lhe valeu o titulo de atual proprietário do Baú da Felicidade, criado por Manoel da Nóbrega. Testemunhei a transferência daquela iniciativa a várias pessoas da Rádio Nacional, sempre sem sucesso, até ser administrado por Sílvio Santos, e cujo prestígio empresarial, o Baú da Felicidade é mantido até aos dias atuais.

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