domingo, 28 de fevereiro de 2010

O QUE IMPORTA SE ...

Não importa a idade que você tem nem mesmo se é uma pessoa famosa ou vive no anonimato. Também não importa se você está passando por uma derrota ou está no auge do sucesso. Nem mesmo importa se, em algumas situações, você fica angustiado, tenso desesperado e tenha que admitir que não estivesse certo.
O que importa é que você conquistou o direito de ser um ser humano consciente, inteligente e livre. O que importa é que sua vida é mais importante do que todo o dinheiro do mundo e mais valiosa do que todos os aplausos das multidões. O que importa é que, apesar de todos os obstáculos, sua vida é mais bela e complexa do que todas as estrelas do céu. Ela é o maior espetáculo do mundo, a obra-prima do Criador. E por ter uma biografia tão magnífica, desejo que você continue lutando pelos seus sonhos, se apaixonando cada vez mais pela vida, amando intensamente os seus íntimos, conquistando novos amigos e sendo uma pessoa de grande utilidade para a sociedade.

Condensado do livro “Você é insubstituível” – Augusto Cury – Editora Sextante – 2006.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Peculiaridades da Língua Portuguesa - 27

Ávido = desejo inflamado, intenso. Antropologia = ciência do homem no sentido que engloba origem, evolução. Apananágio = propriedade característica e inerente ao atributo humano. Abestinenciosista = que pratica abstinência, privando-se de algo. Ancestral = relativo aos antepassados, que vem dos avós, muito antigo. Amenidade = aprazível, o que desperta prazer e bem estar. Advento = aparecimento, chegada de alguém ou de algo. Belicismo = doutrina que advoga a guerra ou o armamento. Cardigã = casaco tricotado sem gola, de mangas compridas. Congresso = corpo do legislativo supremo, encontro formal de diplomatas. Comanda = anotação de pedidos em casas comerciais. Definhar= tornar-se fraco, perder peso, debilitar-se. Demanda = diligência, procurar alguma coisa. Depravar = degeneração moral, perverter-se, corromper-se. Desprovido = que falta algo. Exótico = excêntrico, extravagante, esquisito. Ênfase = maneira empolgada de realçar importância de um fato. Erradicar = eliminar, extirpar. Energúmeno = boçal, ignorante, imbecil. Etnia = coletividade de indivíduos que se diferencia por sua forma sociocultural. Guirlanda = festão feito de flores ou de frutas. Incúria = falta de cuidado, desleixo, negligência. Idiossincrasia = reação de comportamento peculiarem relação a um grupo de pessoas. Instância = autoridade, organismo que tem poder de decisão. Indefectível = que não falha, imutável, indestrutível, eterno. Inato = característica pessoal que pertence ao ser desde seu nascimento. Nato = de nascença, congênito. Pobretão = muito pobre, que pede esmolas sem necessidade. Ruidoso = agitado, barulhento, espetaculoso. Sodomia = coito anal entre individuos, independentemente de sexo. Simpósio = reunião ou conferência para discussão de assunto específico. Seminário = congresso científico ou cultural, com debates. Zunir = movimento que produz ruído agudo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

RÁDIO NACIONAL de SÃO PAULO - Parte 13 - Final

Minha passagem como funcionário da Rádio Nacional, de dezembro de 1955 a maio de 1958, foi revestida de aspectos curiosos, em relação a pessoas e costumes, até então diferentes dos quantos habitualmente conheci. A seguir, relembro com saudades, fatos inusitados em minhas funções de trabalho.
1- Minha surpresa foi enorme ao solicitar a meu superior (Humberto), que fosse anotado meu registro de trabalho em carteira. O semblante daquela pessoa revelou que tal solicitação não era usual naquela empresa. Difícil foi explicar minha preocupação relacionada à segurança de minha família. Todavia, apresentei-me ao senhor Mário Manhães, encarregado do pseudo Departamento de Pessoal, conseguindo meu intento. 2- Fazer a refeição do almoço com comida trazida em marmita, causava estranheza às pessoas à minha volta. 3- O êxtase de minha mãe, quando nos bastidores, lhe apresentei a cantora Ângela Maria, em uma temporada em São Paulo, oportunidade em que ficamos juntos na primeira fila de poltronas no auditório. 4- Solicitei aumento de salário ao superintendente Dr. Dario de Almeida, na época deputado federal, tendo de lhe explicar a necessidade de meu pedido. Por duas vezes recorri àquele expediente, considerado totalmente “insano” naquele meio. O resultado daquele meu “atrevimento” resultou na possibilidade de ser “encaixado” em outras atividades de trabalho, reduzindo minha jornada na rádio, como por ocasião em que trabalhei no Prédio Martinelli; de outra feita, participei da equipe de desenhistas da TV Paulista, quando conheci José Anézi, encarregado, Mário Tabarin, conceituado professor de desenho da Escola Panamericana de Arte, entre outros, que atenciosamente me acolheram. 5- Em um período de eleições municipais, participei como ajudante da equipe de jornalistas, atuando do Ginásio do Ibirapuera, colhendo votos de uma determinada seção eleitoral. Na ocasião, privei da amizade de Pedro Geraldo Costa, conhecido radialista católico, então candidato ao cargo de Prefeito de São Paulo. Naquele período, valendo-se de seu programa Ave Maria, de todas as tardes, apropriou-se da popularidade do Padre Donizete, da cidade de Tambaú, quando lhe era atribuída à realização de “milagres” nas curas de enfermos. Pedro Geraldo Costa, obteve o último lugar nas eleições. 6- Trabalhei também como ajudante dos cenaristas da TV Paulista, cuja equipe era subordinada a um famoso decorador italiano, vindo daquele país para a Organização Victor Costa. 7- Naquela escalada de tentativas sem fim, cheguei à presença do não menos famoso maestro de teatro musicado, o italiano Enzo Barilli, fazendo contato pessoal em sua residência, num modesto apartamento de um antigo prédio da Avenida São João. Sua necessidade: construir o cenário para um espetáculo musical que seria apresentado no tradicional Teatro São Paulo. Eu não teria capacidade para tanto. 8- “Miúdo” chefe da carpintaria da TV Paulista tornou-se meu grande amigo na O.V.C. Alguns sábados, comíamos feijoada nas imediações da emissora de TV, após o que, íamos assistir jogos no Estádio do Pacaembu, sempre às expensas de Miúdo, um nortista, por quem sentia muita empatia. Lamentavelmente, não conseguia adaptar-me à intranquilidade gerada pela irregularidade no recebimento de meu salário. 9- Em 10 de maio de 1958, pedi demissão, ouvindo de meu chefe José de Castro Fontenelle, bem como do Vice Superintendente, Dr. Floriano Gonçalves, palavras elogiosas por minha disciplina e comportamento profissional. 10-Em 1972, passando casualmente nas imediações da rádio, resolvi visitar alguns antigos colegas. Terezinha, a datilógrafa, disse,”você está com sorte; o Sílvio está chegando para gravar o programa Ronda dos Bairros”. Ouvi forte alarido de pessoas na rua, principalmente de mulheres, prenunciando a presença daquele senhor, na época, já dono de sua atual fama. Postei-me no patamar de uma escada por onde Sílvio passaria. Protegido por seguranças, repentinamente percebeu minha presença, ficando em dúvida de quem eu poderia ser. Passou por mim, seguindo seu trajeto. Afinal, se passara um período de 14 anos.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

RÁDIO NACIONAL de SÃO PAULO - Parte 12

Outra passagem marcante relacionada a Sílvio Santos, foi o contato que ele periodicamente fazia com proprietários de circos populares, boa parte deles, ciganos, e que se postavam na esquina da Avenida São João com Rua Dom José de Barros. Em uma oportunidade, ao terminar meu expediente de trabalho, encontrei-me com Sílvio Santos nos corredores da Rádio Nacional. Sabedor de minha atividade no Prédio Martinelli, sugeriu que fossemos juntos para o centro da cidade. Surpreendi-me quando me disse que iria á pé, pois, é o que eu fazia diariamente depois das 14h. Ao chegarmos à porta da rádio, notei um grupo de moças e até de uma senhora que o aguardavam ruidosamente, colocando-se à sua frente. Afastei-me um pouco enquanto concedia autógrafos àquelas pessoas. Depois de alguns comentários, sem muita importância, fomos pela Avenida São João, com intenso tráfego de bondes e ônibus. Estimo que o trajeto feito, foi de aproximadamente 30 minutos. Ao chegarmos à confluência da Rua Dom José de Barros, fiquei surpreso quando duas ou três pessoas o abordaram. Percebi que eram proprietários de circos com os quais Sílvio negociava suas apresentações nos bairros da periferia. Precisava despedir-me, mas não queria interrompê-los. Notei então que Sílvio anotava em um pequeno bloco, as datas das apresentações da “Caravana do Peru que Fala”, conforme anunciava em minúsculos espaços que alugava no Programa Manoel de Nóbrega. Ao anotar o que havia sido tratado, destacava uma via do bloco, na qual o compromisso havia sido firmado. Assim, de forma muito simples, estabelecia seus projetos de trabalho. Ao nos despedirmos, soube que àqueles senhores eram ciganos. Talvez, essa tenha sido a forma de subir os degraus da escada que o levou a atingir o patamar em que se encontra atualmente. Lembro de sua natural expressão facial enquanto conseguia seu trabalho; denotava a naturalidade de sua ação, enquanto semeava seu futuro financeiro.
Aproveito para inserir neste trecho, um detalhe extremamente importante daquele período: em uma noite, ao descer do ônibus vindo de regresso da escola na qual estudava Desenho de Mecânica no Município de Santo André, aonde residia, aproximei-me do circo instalado em meu bairro, com suas luzes quase todas apagadas, próximo ao ponto de meu desembarque. Vi em uma faixa afixada na lateral do circo a seguinte inscrição: “Hoje, às 20 horas, não percam a apresentação da Caravana do Peru que Fala.” Naquela época eu residia nas imediações em uma rua na qual não havia energia elétrica nas residências; o ultimo poste de luz, localizava-se na pequena praça em que se instalara o circo. Nunca fiz ideia que, mais de 50 anos após, eu estaria relatando prazerosamente aqueles fatos
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

RÁDIO NACIONAL de SÃO PAULO - Parte 11

Em razão da cultura de boa parte dos povos, é comum atribuir o sucesso financeiro e a solidez comercial de determinados empresários, estabelecendo aos mesmos, conotações com manobras desonestas.
Aprendi a admirar o caráter desbravador de Sílvio Santos, em face de algumas de suas ações como pessoa. Uma delas, sua perseverança, além de ser dotado de muita inteligência, determinação, tirocínio comercial, e empreendedor nato. Antes de fazer parte do quadro de funcionários da Rádio Nacional, tinha conhecimento da existência do Baú da Felicidade, empresa fundada no início dos anos 50 por Manoel de Nóbrega. Na Rádio Nacional fui testemunha da ideia de Nóbrega em transferir sua empresa, quase falida, a várias pessoas da emissora. Esse fato chegou a ser concretizado, porém sem nenhum resultado. Assim, efetivamente, o Baú da Felicidade nunca deixou de ser de Manoel de Nóbrega.
A falta de pontualidade no pagamento dos salários na rádio se agravava; alguns grupos se formavam com a finalidade de promover particularmente shows artísticos para sobreviverem. Vez ou outra surgiam rumores de que seriam feitos “vales” a fim de satisfazer ao menos, os de salários menores. Evidentemente, artistas de nomes famosos não frequentavam aquelas filas. Certa vez meu vizinho naquele local foi Arthur, líder dos Demônios da Garoa. Outros artistas de renome também tomavam posição para se dirigirem até o local em que se encontrava Amorim, o “Homem do Dinheiro”, como era conhecido, e que nos atendia pelo guichê de sua sala.
Em 24 de dezembro de 1957, eu era um dos poucos funcionários trabalhando no prédio, ocupado com o desenho de um cartaz. Preparava-me para ir para casa, saindo às 12 horas, quando ouvi o telefone. Ao atender, fui surpreendido pela voz de Sílvio Santos, perguntando-me quanto me devia por alguns desenhos feitos na revista Brincadeiras para Você. Pediu-me para que eu o aguardasse. Na época, Sílvio morava em um quarto de pensão, na Rua 13 de Maio, na Bela Vista. Vinte minutos após, Sílvio Santos surgiu em minha sala. Aproximando-se de minha prancheta de desenho deu-me o dinheiro que melhoraria um pouco as coisas em minha casa. Enganei-me quando imaginei que iria deixar de receber de Sílvio, como invariavelmente ocorrera com muitos outros colegas de trabalho. Ao se despedir, Silvio Santos deu-me sua mão desejando “Um Feliz Natal”. Algum tempo antes, Fontenelle, que havia substituído Humberto de Campos Filho em meu departamento, concedeu-me o período livre após as 14 h a fim de que eu tivesse possibilidade de auferir ganhos extras fazendo trabalhos por minha conta. Consegui gratuitamente uma sala no Edifício Martinelli, centro de São Paulo, para aquele período do dia, graças ao trabalho de ilustração de capas de livros que eu fazia ao senhor John Koranii, um austríaco, proprietário da sala e editor da Revista Íris, cujas publicações eram direcionadas aos amantes da arte fotográfica.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

RÁDIO NACIONAL de SÃOPAULO - Parte 10

Graças ao espírito criativo de Sílvio Santos, pude realizar uma ação de trabalho, além da amizade que privei com aquele senhor. Certa manhã, quando executava o desenho de um cartaz relativo a novo programa que seria apresentado pela TV Paulista, fui surpreendido pela presença de Sílvio Santos em minha sala. Até então só o conhecia de passagem pelos corredores da emissora. “Você é o Nelson, desenhista? Tenho um trabalho de desenho para ser feito”. E foi expondo sua ideia, que consistia em realizar vários desenhos para impressão de propaganda em uma revista de distribuição gratuita, em várias casas comerciais. Lembro-me de que estávamos nos aproximando do mês de dezembro. Imediatamente, apresentei a sugestão de fazer a capa da revista com a gravura de uma árvore de Natal. Segundo Sílvio Santos, o título da revista seria “Brincadeiras para você”. Após ter se afastado, fiquei imaginando que aquele seria mais um caso dentre os quais deixaria de receber pelo serviço.
Naquele período, Silvio Santos (nome artístico de Senor Abravanel), tinha assumido as funções de locutor comercial do Programa Manoel de Nóbrega, apresentado ao vivo, todos os dias no concorrido auditório da Rádio Nacional, das 12 às14 horas, cujo sucesso de audiência era quase que absoluto, principalmente quando se apresentavam “Os demônios da Garoa, Hebe Camargo e Roberto Luna”. Naquela oportunidade, a veia artística de Sílvio Santos tinha sido totalmente exposta. A característica predominante entre Manoel de Nóbrega e Sílvio Santos, era definida pelo notável sincronismo que Nóbrega punha em prática, fazendo caretas e praticando gestos enquanto Sílvio lia os textos sob sua responsabilidade. Para os leigos, toda prática de apresentação comercial no rádio e televisão, é rigorosamente fiscalizada e controlada em sua execução pelas agências de publicidade. Assim, Sílvio teria de assumir teoricamente a eficiência na realização do texto comercial, pois, o anunciante fiscalizador, somente ouve o desempenho de quem executa a fala; outro detalhe: nessas ocasiões, quando a publicidade é lida na presença do público em um auditório, o som ambiente local, é normalmente desligado. Daquela forma, seria extremamente fácil à percepção de falhas na leitura de um texto. A capacidade de conciliar a eficiência do locutor em relação às suas condições de trabalho, é diretamente ligada e proporcional ao seu potencial de concentração.
Em razão da tez relativamente ruborizada de Sílvio Santos, Manoel de Nóbrega atribuiu-lhe o apelido de “O peru que fala”, marca que lhe foi importante em suas apresentações em programas itinerantes pelos bairros da cidade de São Paulo. Assim, ao ser anunciado seu espetáculo nas praças públicas, o título foi ampliado para “A caravana do peru que fala”.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

RÁDIO NACIONAL de SÃO PAULO - Parte - 9

O hábito de conviver com pessoas públicas, foi se tornando corriqueiro. Na segunda semana seguinte à minha admissão, Humberto contratou um novo funcionário para o Departamento de Divulgação: Alexandre Kadunc, recém - formado em jornalismo pela PUC de São Paulo. Descendente de iugoslavos, pertencente à parte elevada da sociedade. Nagib Allit, fotógrafo profissional, completaria o quadro de funcionários chefiado por Humberto de Campos Filho. Caberia a Alexandre recepcionar os artistas estrangeiros que estavam sendo contratados pela O.V.C. Certa vez, Kadunc foi ao aeroporto receber o famoso cantor colombiano, de grande prestígio internacional, Gregório Barrios, intérprete de famosos boleros em evidência radiofônica em vários paises, nos anos 45 / 60. Ao adentrar a sala de meu departamento, senti certa importância ao cumprimentar Gregório Barrios, por ser apreciador de suas interpretações. Minutos depois, lembrei-me de meus antigos colegas de trabalho das fábricas de móveis. Em uma simples e despretensiosa comparação, considerei aquele artista, como um colega de trabalho. Outros, tais como, Edu da Gaita que para meus contemporâneos, foi um virtuose na execução de músicas clássicas tocadas em sua gaita de boca. Hélio Souto, Anselmo Duarte, Lyris Casttelani, bailarina de música clássica, e de atributos físicos incomuns que lhe valeram na época, aparições em capas de revistas, Lps e de livros. Por minhas funções, contraí amizades com personalidades artísticas como Manoel da Nóbrega, Sarita Campos, diretora artística de novelas, de rádio e tv. Aquela sequência foi coroada com a contratação da renomada cantora francesa, Edith Piaff. Sua chegada à O.V.C., ensejou importante reportagem feita em meu departamento pela Revista PN, direcionada aos meios de propaganda e divulgação artísticas em todo o país. Tenho guardado o exemplar datado de 20 de junho de 1957, em que meus colegas e eu fomos alvos de referências especiais, além de fotos tiradas durante nossas atividades. Talvez, o fato de maior significado para mim, enquanto funcionário da Rádio Nacional, tenha sido meu longo relacionamento com Sílvio Santos. No primeiro trimestre de 1956, Sílvio Santos chegou á Rádio Nacional, como locutor comercial (o que só atua nos estúdios internos), descendente de família árabe, nascido no Rio de Janeiro e que participara de um concurso para locutores, sendo classificado em segundo lugar dentro de um grupo de vários candidatos. O concorrente premiado, fora José Vasconcelos. Segundo fontes de informações, Sílvio Santos atuara como camelô nas praças públicas daquele estado vizinho. Seu dinamismo lhe valeu o titulo de atual proprietário do Baú da Felicidade, criado por Manoel da Nóbrega. Testemunhei a transferência daquela iniciativa a várias pessoas da Rádio Nacional, sempre sem sucesso, até ser administrado por Sílvio Santos, e cujo prestígio empresarial, o Baú da Felicidade é mantido até aos dias atuais.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

RÁDIO NACIONAL de SÃO PAULO - Parte 8

Naquela tarde de terça-feira, conheci Dalmo Pessoa, que conforme o doutor Humberto, seria meu supervisor profissional. Notei nos primeiros momentos de nosso contato, certa empatia, o que para mim seria de extrema importância, pois, necessitava de toda a ajuda possível no início de minha nova carreira profissional. Enquanto trocávamos as primeiras informações pessoais, Dalmo disse-me trabalhar como desenhista no jornal Folha da Manhã. Certamente, no dia anterior, Humberto (como passei a chamá-lo, por sugestão de Dalmo) já havia explicado sobre meu noviciado na profissão. Provavelmente, minha modéstia tenha contribuído para o clima de camaradagem que passara a existir. Em meus primeiros movimentos, meu natural dinamismo, talvez tenha se manifestado, chamando as atenções de Humberto e Dalmo; passei a notar que, indiretamente, me fora insinuado para trabalhar com mais calma, pela demora das informações que pedia ao meu supervisor, além do natural clima de aparente desobediência de postura disciplinar que eu notava no trabalho nas salas contíguas. A troca da programação que fazia no saguão de entrada da rádio, preenchia todo meu tempo da parte da manhã.
Estava sendo apresentado em uma determinada noite da semana, um programa de televisão cujo título era “Intimidade” e que tinha grande audiência de público. Participavam quatro artistas de renome da O.V.C. (Organização Victor Costa), dentre os quais o famoso Walter Forster, dono de uma das melhores vozes do radio-teatro da época. Na manhã seguinte, observei em minha ordem de trabalho, a seguinte solicitação: "fazer desenho para clichê do programa Intimidade”. Desenho para clichê, destina-se à publicação de propaganda impressa em jornais, revistas, etc. Entendi que a incumbência serviria para que minha capacidade naquele tipo de trabalho fosse colocada à prova. Durante meu período de escola de desenho, aquela tarefa tinha elevada consideração por parte de meu professor, Vasco Zan, de saudosa memória. Realmente, meu primeiro trabalho foi do agrado de Dalmo e de Humberto, além de ser o primeiro de uma série dos muitos semelhantes. Fiquei intimamente emocionado quando vi meu primeiro trabalho publicado no jornal Último Hora, periódico de grande tiragem no Brasil.
Comecei a ficar inebriado com a presença de artistas em minha sala. Muito dos quais, outrora conhecera ouvindo suas vozes pelo rádio; passei a vê-los em contato comigo, como colegas de trabalho. Ronald Golias, Hebe Camargo, e tantos outros de maior ou menor expressão. Em um determinado final de semana, levei várias fotos para casa, pois, mostraria às visitas de parentes que costumeiramente recebia em minha casa.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

RÁDIO NACIONAL de SÃO PAULO - Parte - 7

Na terça-feira, meu primeiro dia nas funções de Desenhista na Rádio Nacional, cheguei ao centro da cidade, ainda tentando me familiarizar com o trajeto para chegar ao meu novo local de trabalho. Caminhei pela Avenida Duque de Caxias até atingir a Rua Sebastião Pereira, em meu novo emprego. Na porta da Rádio Nacional, deparei-me com o senhor Nelson, a mesma pessoa que havia me recebido quando apresentei o anúncio do jornal. Dias após, soube que o senhor Nelson era funcionário da Polícia Civil de São Paulo.
Ao chegar ao local aonde fui recebido pela pessoa que havia me admitido, não havia ninguém naquele momento. Lembro-me que faltavam dez minutos para as nove horas. Cheguei até a mesa de aço que me havia sido mostrada pelo doutor Humberto. Coloquei na gaveta, minha pequena mala na qual trouxera meu almoço. Observei afixada na parede, uma relação a mim dirigida, com os itens do trabalho que deveria executar naquele dia. Do grande armário de aço, retirei alguns cartazes produzidos por meu antecessor. Pela escala feita por meu chefe, seria levado ao ar, à noite, um programa de auditório, cujo título era “Vai levando...”, produzido por Francisco Anízio. Não dei nenhuma importância para o nome do produtor daquele programa. Não imaginei que, futuramente, seria referente ao que foi considerado um dos maiores autores de programas cômicos de todos os tempos da televisão brasileira: Chico Anízio. Enquanto me concentrava na relação das tarefas a mim atribuídas, minha atenção foi chamada pelo enorme ruído das máquinas de datilografia vindo da sala ao lado. Naquele local eram produzidos os “scripts” (textos) de todas as falas proferidas aos microfones da emissora durante as programações. Entre a diversificação das vozes proferidas naquela sala, distingui a presença da pessoa por quem fui atendido quando me foi informada a localização da sala do Dr. Humberto. Soube chamar-se Mourão, excelente pessoa com quem me relacionaria no trabalho. Todas as salas eram separadas por paredes de madeira com altura aproximada de 2,5 metros. Daquele local, comecei a partilhar de um novo mundo de trabalho. Em minha vida particular era ouvinte da Rádio Nacional e da Rádio Gazeta, Assim, conhecia nominalmente vários participantes artísticos e que viriam a ser meus colegas de trabalho. Lamparina, um jovem rapaz de cor, 17 anos de idade, alto, era o secretário e participante do programa do não menos famoso radialista esportivo do Rio de Janeiro, Jayme Moreira Filho, apresentador do consagrado programa de calouros “A hora do pato” de grande audiência no horário dos domingos à noite. Badico, outrora famoso violinista cômico, que mudava a posição de seu instrumento enquanto executava uma peça musical. Perdera repentinamente a faculdade de audição; atuava também como datilógrafo. Terezinha, uma jovem senhora, exímia datilógrafa vencera um concurso de rapidez em suas funções profissionais, conseguindo a marca de 150 palavras por minuto, nas antigas máquinas Remington
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RÁDIO NACIONAL de SÃO PAULO - Parte 6

A crescente demanda comercial e o surgimento de novos cantores substituindo aos seresteiros que, acompanhados de seus violões percorriam as madrugadas nos arredores do Rio de Janeiro e São Paulo, realizando as serestas feitas por encomendas de apaixonados, que declaravam indiretamente por meio das músicas executadas debaixo das janelas das casas de suas amadas. Daquela forma de apelo sentimental, os apaixonados surgiam dentre os seresteiros como forma de se identificarem como autores das declarações.
Criaram-se os livretos com as letras das recentes músicas, estabelecendo-se assim uma nova febre popular: “A modinha” como as editoras denominaram os livretos; passou a ser também um novo “filão de ouro” para seus autores, que ofereciam os enredos das músicas que passaram a ser sucesso, pois, as letras - de cunho romântico - propiciavam a possibilidade da divulgação dos temas musicais da época. Semanalmente, as bancas de jornal sofriam o assédio dos apaixonados de músicas, ávidos de seu conteúdo.
No âmbito da recente televisão inaugurada por Assis Chateaubriand, em São Paulo, em meados de 1950, proprietário dos jornais e emissoras dos Diários Associados, um fato curioso foi a falta de aparelhos de televisão para que o público tomasse conhecimento do que seria um programa televisivo; ou seja; havia o recurso técnico sem contudo, a possibilidade de conhecimento por parte do público ansioso por conhecê-lo. O que fez Chateaubriand? Importou dos Estados Unidos, em regime “urgentíssimo”, vinte aparelhos de televisão e os distribuiu em vários pontos centrais públicos da capital paulista. Assim, a população passou a ter conhecimento da nova forma de entretenimento em caráter experimental. Após algum tempo, surgiram quase que simultaneamente, a TV Rio, e a TV Paulista, além da pioneira TV Tupy, de Assis Chateaubriand. É importante frizar que, por determinado período, os primeiros canais exibiam filmes,com péssima qualidade de imagem, produzidos nos Estados Unidos, que passaram a ser chamados de “programas enlatados”.
Em 1954, surgiu com respeitável aporte financeiro, a Organização Victor Costa, com matriz no Rio de Janeiro. Passei a pertencer àquela empresa em dezembro de1955, para atuar como Desenhista, no Departamento de Divulgação, vista como a “menina dos olhos da organização”, pois, tudo ao que se relacionasse à Organização Victor Costa, notadamente em São Paulo, passava pelas mãos da pessoa por quem fui admitido, Dr. Humberto de Campos Filho, o herdeiro mais velho do famoso poeta maranhense, Humberto de Campos, conhecido também por ser considerado importante médium espírita.


sábado, 13 de fevereiro de 2010

RÁDIO NACIONAL DE SÁO PAULO - Parte 5

A sequência dos quatro últimos blogs relativos à Rádio Nacional de São Paulo, nada teria em importância, não fora os aspectos inteiramente pessoais e profissionais de minha atividade de trabalho. Em “Registros da Vida”, relato de âmbito familiar que elaboro desde 14 de dezembro de 2007, até 04 de outubro de 2008, ainda a ser concluído, registrei com ênfase em algumas páginas, minha tendência inata para execução de desenhos de letras e motivos publicitários (capas de discos musicais e de livros, cartazes, mostruários comerciais,etc.)
Logo após ter contraído matrimônio, matriculei-me em uma escola citada no blog anterior, cujo professor, Vasco Zan, de saudosa memória, um dos melhores desenhistas de publicidade do Estado de São Paulo, entre os melhores do país. A prova de minha escolha para iniciar minha atividade, foi, de certa maneira, extremamente arriscada, em termos de responsabilidade com minha vida de recém-casado, e que ao me decidir, residia em uma casa de aluguel, com meu primeiro filho de dois meses de idade. Todavia, sou apologista do princípio, segundo o qual, “é melhor ter para onde ir sem ter meios, do que ter meios sem ter para onde ir”. Acreditei em minha decisão. Sem saber, passei a pertencer a uma organização de grande prestígio nacional na área de entretenimento por meio de rádio e televisão, muito embora com modesto salário. A Rádio Nacional, uma das mais prestigiadas do país, pois, seu quadro artístico, era considerado o de maior expressão. Convém citar que, a onda de progresso advinda com a implantação de programas de radiodifusão, ocorrida a partir de 1922, ocasião em que às poucas retransmissoras existentes, restritas em alguns estados, pontificando Rio de Janeiro e São Paulo. Suas instalações limitavam-se a pequenas salas alugadas nos centros comerciais, e eram dotadas de uma simples mesa de locução, um técnico de som, quase sempre empenhado em colocar os pesados discos musicais de dez polegadas (25 centímetros de diâmetro), além de operar na radiofonia, e um locutor comercial.
Lentamente, os primeiros programas feitos por duas ou mais pessoas postadas defronte a um único microfone, interagindo-se em um mesmo tema, certamente originando as rádios novelas. Um dos primeiros programas cômicos de renome nacional foi sem dúvida, “À cadeira do barbeiro” criado por Manoel da Nóbrega, e com a participação do não menos famoso Aluísio Silva Araújo que, no conteúdo artístico do tema, representava o “freguês do salão”, que dialogava com o “barbeiro” Manoel da Nóbrega, acerca dos acontecimentos políticos da época. Devo acrescentar que, ao ser admitido na Rádio Nacional, tornei-me grande amigo de Manoel da Nóbrega, entre outros, e cujos nomes relatarei na publicação do próximo blog
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

RÁDIO NACIONAL de SÃO PAULO - 4

Ao alcançar o alto da escada, observei que em uma sala havia um senhor escrevendo em uma máquina de datilografia. Fui informado da secão do doutor Humberto. Ao bater em sua porta, ouvi: “pode entrar”. Estava defronte a um senhor sentado à sua mesa de trabalho, a quem me apresentei, exibindo o anúncio pelo qual era solicitado um Desenhista de Publicidade.
Com seu grave sotaque de carioca, pediu que me sentasse Iniciei dizendo que havia me formado recentemente em desenho de propagando, e que ainda estava exercendo minha antiga profissão de entalhador de moveis. Notei suas entradas na testa, bigode aparado e pele relativamente morena. Levantando-se, observei ter em torno de 1,90 metros de altura. Trajava-se elegantemente, usando vistosa gravata. Pediu-me que o acompanhasse até a sala ao lado, separada por uma parede de madeira, e que a passagem era feita por uma abertura sem porta. Ficamos de fronte a um grande armário de aço, no qual eram guardados vários cartazes coloridos, rolos de papeis para desenhos, tintas e outros materiais com os quais já estava familiarizado na Escola Brasileira de Desenho Arquitetônico e de Publicidade. Notei que, enquanto conversávamos, formamos certa empatia. Recebi instruções sobre minhas funções e que dentre as quais, eu deveria seguir uma Ordem de Serviços, inclusive colocar no saguão de entrada da rádio, os cartazes coloridos conforme a programação diária da emissora.
Voltamos para a sua mesa; informou-me do salário que receberia, dizendo-me também que meu horário de trabalho seria das 9 às 12, e das 14 às 17h. Notei que o ganho mensal era um pouco menor do que recebia na oficina do Paulo Pires. Senti certa apreensão, pois, além de passar a ganhar menos, teria despesas de transporte coletivo, e levar almoço de casa.
Entretanto, vislumbrava uma nova fase profissional, para a qual freqüentei um curso de 1 ano. Ao receber a informação que deveria iniciar minhas funções o mais rápido possível, solicitei permissão para que fosse trabalhar na terça-feira, pois, na segunda, teria de informar minha saída do emprego com o qual até então estava compromissado. Fui informado também que trabalharia sob a orientação de Dalmo Pessoa, um experiente desenhista que exercia suas funções após as 14 h.
Ao me retirar, passei de volta pelo corredor lateral do auditório da rádio; detive-me por alguns instantes observando um cantor que terminava seu número musical, sob os aplausos do público. Naquele instante, ocorreu-me a ideia de que passaria por ali todos os dias. Afinal, permaneceria trabalhando naquela empresa por mais de dois anos
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Peculiaridades da língua portuguesa - 26

Apologia = discurso ou texto em que se defende uma ação ou ideia. Adverso = que se apresenta em oposição. Assediar = estabelecer cerco para impor sujeição. Arresto = medida preventiva que consiste na aprensão judicial de bens. Arrulhar = som de pombos. Amenidade = estado ou caráter que é aprazível. Balbuciar = pronunciar imperfeitamente, com hesitação. Caatinga = vegetação típica do nordeste. Côvado = medida de comprimento equivalente a 66 centímetros. Denigrir = diminuir a pureza, o valor, manchar. Deprimir = provocar o rebaixamento, abatimento, diminuir. Debruar = pôr fita de contorno para proteger a margem. Fórceps = instrumento cirúrgico de dois ramos articulados, para extração de fetos do útero. Gransnido = rungido áspero do ranger de algo. Grifada = compor texto em grifo para realce de uma palavra. Insolente = desrespeito em relação no que diz, atrevido. Juazeiro = árvore nativa que produz juá. Lauda = cada lado de uma folha de papel. Leira = sulco aberto na terra para depositar sementes. Lacônico = que se exprime por poucas palavras, conciso, sucinto, breve. Melancólico = dado à tristeza, sombrio. Magnta = indivíduo poderoso, muito rico, influente. Ordinariamente = qualidade do que é ordinário, grosseiro. Prolatada = pronunciar sentença, promulgar, proferir. Permeada = fazer passar pelo meio, intercalar. Parvo = indivíduo tolo, pouco inteligente, apoucado. Quinquilharia = de pouco ou nenhum valor, bugiganga. Sussurrar = murmurar, dizer em voz baixa, cochichar. Testamentário = herdeiro por testamento. Unilateral = disposto de um só lado, parcial, obrigação de uma das partes. Vaticinar= predizer o futuro, fazer adivinhação.

Alcoolismo - A sexologia no matrimônio - Parte final

São infindáveis as formas de degeneração do casamento. Em um passo anterior, privar o esposo da aproximação amorosa como sinal de advertência – que nunca surtirá efeito – é demonstração de falta de maturidade da acentuada maioria das esposas, em relação ao que seja o alcoolismo. Entre tantas possíveis tentativas de chantagem de parte de muitas mulheres, a de privar deliberadamente o esposo da prática do sexo é, comprovadamente, a menos eficaz, em razão de se estabelecer a escolha de satisfação orgânica entre o sexo e a bebida. Como é fácil deduzir, a opção pela bebida irá prevalecer.
Quando o dependente ainda tem uma reserva de apetite sexual, passa a manter relacionamento fora de seu lar, como antes nunca houvera feito. Assim, encontra a solução de seu problema no adultério. Certamente, sua aparência e sua higiene o colocarão em condições desfavoráveis em seus novos caminhos, contraindo moléstias de toda ordem, inclusive a mortal AIDS.
Num eventual retorno ao lar, essas enfermidades serão transferidas para sua própria esposa. Essas passagens tristes na vida de pessoas despreparadas poderiam ser evitadas com maior conhecimento do que seja verdadeiramente o livre-arbítrio, deixado pelo Criador.
Como será uma posição inversa, onde a dependência alcoólica afeta a esposa? E se ambos os cônjuges forem compulsivos à bebida? O leque de probabilidades oferece as mais curiosas e tristes ocorrências. Militantes da área da Jurisprudência da Família atestam em registros processuais, a prática de maridos alcoólatras de trazerem mulheres estranhas para seu próprio leito conjugal.
O submundo criado por algumas camadas da sociedade, não estabelece limites para a imoralidade. Maridos alcoólatras “alugam” a mãe de seus próprios filhos, na presença dos mesmos, com a finalidade de obter vantagens financeiras.
Certamente, haverá a face totalmente oposta às misérias do mundo. Em 1994, uma película cinematográfica “Quando um homem ama uma mulher”, retratou a história de um casal em que a esposa torna-se dependente da bebida alcoólica. Nessa oportunidade, nem mesmo os tentáculos do alcoolismo conseguem abater os sentimentos e a afetividade do marido. Assim, nada resiste ao amor recíproco, que tudo supera e a tudo renova.
Do livro Alcoolismo e a Vida em Sociedade - Autor: Nelson Martins - Edit. Komedi- 2006

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Alcoolismo - A sexologia no matrimônio - Parte 1

A bebida alcoólica não possui nenhum teor vitamínico. Muito embora algumas essências de frutas sejam adicionadas, compondo assim as chamadas “batidas especiais”, em nada alteram ou neutralizam seu princípio ativo: o álcool.
A reposição das energias gastas naturalmente pelo organismo humano só será feita efetivamente por meio de refeições naturais. Esse desgaste é evidente, observando-se a importância do café da manhã, pois enquanto dormimos consumimos energia com o funcionamento do aparelho respiratório, impondo assim a prática do desjejum.
A bebida alcoólica provoca no dependente a rejeição dos alimentos em razão da diminuição gradativa no funcionamento dos órgãos vitais da alimentação e digestão nesse processo. É evidente que o organismo se ressente dos alimentos em quaisquer circunstâncias. No alcoólatra, a aceitação da bebida é muito mais marcante do que a necessidade de uma refeição, por mais apetitosa que seja. Essa condição será cada vez mais evidente e a falta de vitaminas irá se acentuando. Com isso, o potencial energético do homem decresce gradativamente em todas as áreas de seu físico, debilitando o organismo com a perda da massa muscular, queda dos cabelos e dentes. Esses são alguns detalhes referentes à sua aparência física. Nessa avalanche de carências, o apetite sexual do homem começa a cair lenta, mas progressivamente.
Aumentando o quadro de acontecimentos negativos pelo uso contínuo da bebida alcoólica, a atividade amorosa do casal deixa de existir. A prática da relação sexual, outrora sublime, passa a ser o ápice de todas as crises. A total falta de higiene do esposo aumenta mais as tensões. Quando as insinuações dirigidas à esposa tornam-se acusações, fica declarada a guerra conjugal.
Levando-se em conta a natureza hormonal da esposa, cuja necessidade biológica em certa escala de padrões da mulher é primordial em seus sentimentos mais íntimos, podem-se visualizar dois caminhos: o de um tratamento médico para inibir em parte sua natureza, ou o adultério.

Do livro alcoolismo e a vida em sociedade. Autor Nelson Martins - Editora Komedi - 2006


O DILÚVIO - Última parte

Conforme definições científicas do Pastor Adauto Lourenço, gravadas em um CD, com duração de seis horas, dentro das quais em um período de mais de 50 minutos, assim definiu cientificamente a ocorrência do dilúvio: em determinadas fases das reações químicas dos componentes internos da Terra, que sempre foram responsáveis pelas erupções vulcânicas, maremotos, tufões, ciclones, nevascas, chuvas intensas e tempestades de areia, todas consideradas como cataclísmicos. Em um período desconhecido, um fortíssimo aumento de pressão interna nos elementos da Terra, ocasionou enormes rachaduras na face exterior de nosso planeta, expelindo em um intervalo de tempo, também desconhecido, quantidade imensurável de água, provocando uma camada líquida, estimada em 20 quilômetros de espessura, pela qual, toda a superfície da Terra ficou envolvida. À medida que a despressurização interna da água foi diminuindo, a camada foi se esparramando e, se acomodando nos espaços naturais de nosso Planeta, configurando assim os oceanos, rios, lagos, montanhas, geleiras, os grandes e profundos vales, destacando-se o “canyom”, no Estado do Arizona, citado na parte 1.
Além dos cataclismos ocasionados pelas reações químicas, é também importante citar os maus tratos praticados à natureza desde o advento do homem. Desmatamentos, incêndios florestais, extração indevida de determinadas riquezas naturais, extinção da fauna e de espécies marinhas.


Certamente, alguns termos foram convenientemente “criados” desde o desconhecido início da prátrica do misticismo, dentre os quais, apocalipse, inferno, diabo, demônio, pecado, tentação, destino, salvação, etc., e muitas outras palavras favoráveis aos que professam o “fim dos tempos”. Usam como ponto de apoio e justificativas vâns, um forte recurso para os leigos, o que consideram o mais assustador para os ouvintes: o Dilúvio. Talvez para um grande número de pessoas de todas as crenças, é o mais “difícil” fenômeno de ser explicado devidamente, por preguiça mental, ou e por conveniência, criando temores aos menos esclarecidos, e favorecendo assim a busca desenfreada de muitos, em direção ao enriquecimento, sempre usando o rótulo da religiosidade.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O DILÚVIO - Parte 2

Contrariamente ao que se propala, principalmente no seio de algumas denominações religiosas, que usam os argumentos relativos às catástrofes climáticas dos últimos tempos, como cumprimento das “profecias”, no sentido de justificar ameaças feitas aos seus adeptos, com a finalidade de fazer prevalecer seus propósitos, nem sempre honestos. Uma prova da contradição ao que anunciam, o Brasil é hoje candidato ao título de maior produtor de petróleo do mundo. Prova disso, é a recente descoberta de grandes jazidas desse combustível, sob a camada se sal existente no mar.
Os elementos químicos contidos no interior de nosso planeta são inesgotáveis. (Leia o livro “A Terra”, do autor R.Argentiere – Coleção Ciência e Divulgação-Edições Pincar – SP. 1957.
Na referida publicação, observa-se em uma tabela de informações técnicas, a descrição de 172 elementos químicos, e 101 codificações referentes ao número atômico de cada elemento, sobre as suas propriedades químicas, disponíveis ao ser humano. Convém atentar para o fato referente à época dessa publicação. Certamente, a cada período de descobertas da Ciência, novos dados que beneficiem à natureza, estarão sendo acrescentados, e disponíveis ao ser humano.
Tomemos como simples exemplo, o que ocorre com a água: sabemos desde os primeiros dias de nossa escola, que a água é composta por moléculas de hidrogênio e de oxigênio. O primeiro é essencial ao processo de combustão; o segundo é um dos mais inflamáveis dentre os tipos de gases. Será por acaso que, da combinação de oxigênio (combustível) e do hidrogênio (inflamável) quando adicionados, obtém-se um terceiro componente capaz de apagar um incêndio? Teríamos condições de avaliarmos a descomunal quantidade de água dos oceanos, em metros cúbicos? (Leia o livro “A ciência moderna e as Escrituras Sagradas”, do autor, Dr.Henry M. Morris – Editora Presbiteriana – 1950 – SP).

A análise sobre o dilúvio, segundo o pastor e cientista Adauto Lourenço, o fenômeno citado no Livro de Gênesis, sempre foi considerado como uma enorme camada de água formada por chuvas torrenciais sobre a face da Terra (?). Tal informação observada de uma simples análise lógica, suscitaria dúvidas ao mais leigo dos seres humanos que tivessem a simples lembrança de que a “a terra é redonda” e que, qualquer porção de água despejada sobre sua superfície, tenderia a se precipitar para um nível mais baixo, segundo a Lei da Gravidade. (No Livro de Gênesis, “foram chuvas torrenciais de 40 dias e 40 noites seguidos”). Entretanto, para a maioria de adeptos de inúmeras instituições religiosas, “está na Bíblia e não se discute mais”.


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O DILÚVIO - Parte 1

O dilúvio, segundo o Livro de Gênesis, inundação ocorrida por chuvas torrenciais durante 40 dias e 40 noites. Sua historicidade é apoiada pela tradição de povos hindus, iranianos e gregos entre outros, A universalidade geográfica aceitou essa hipótese até o século XVII, mas encontra poucos defensores. Militam contra ela poucas razões de ordem científica e interpretativa. A Bíblia parece limitar o desastre aos descendentes de Caim e de Set.
(Trecho extraído do Dicionário Ilustrado da Editora Globo – 1960)

A comunidade científica mundial, baseada em informações da própria Bíblia, questiona os aspectos físicos referentes às dimensões da arca construída por Noé: comprimento, 300 côvados; largura, 50 côvados; altura, 30 côvados, equivalentes a 180 metros, 30 metros e 18 metros, respectivamente; cada côvado equivale a 0,66 metros, ou, a 66 centímetros.
Evidentemente, um compartimento com aquelas dimensões, não disporia de espaço para acomodar um casal de cada espécie de aves e de animais. Um dado atribuído à determinada corrente evangélica, justifica que, as dimensões microscópicas dos casais, tornaria possível aquela versão, embora contrarie o verso 6 do capítulo 8 do Livro de Gênesis.
Além do que, seria impossível a permanência de Noé e de sua família na arca, durante 40 dias e 40 noites naquele espaço físico, sem água e alimentos, e ainda não se considerar a questão referente ao excesso de detritos e de excrementos.

Alguns aspectos de ordem lógica e científica deverão ser considerados: 1- A conformação externa do Planeta Terra, vista por satélites, atesta sua curvatura, configurando assim um contorno esférico, tal qual aprendemos a visualizar desde os primórdios de nossa vida escolar.
2- Considerando-se que, nenhuma parte da Terra é plana, excluindo-se a área restrita a algumas regiões desérticas, não poderá haver uma porção de água com uma massa líquida de 3,5 metros de altura, estacionada para que a arca permanecesse flutuando durante 40 dias e 40 noites, conforme citação do verso 20 do capítulo 7 do Livro de Gênesis. Assim, os “autores” da Bíblia se esqueceram de que, no futuro, a própria ciência estabelecida pelo Criador, ofereceria às suas criaturas, entre outras coisas, a evidência da profundidade de 1650 metros, no canyom no Estado do Arizona, nos Estados Unidos.Compare-se essa profundidade física, aos 3,5 metros da altura da camada de água.